Luanda - A UNITA anunciou a sua retirada definitiva da Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), por entender que os princípios pelos quais foi criada foram violados por parte do Governo.

Fonte: Club-k.net

O anúncio foi feito pelo presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, em conferência de imprensa esta quinta-feira, 21 de dezembro de 2023.

 

No entendimento da UNITA, a CIVICOP "permanece refém dos interesses espúrios do regime". O partido acusa o Governo de "violar sistematicamente os princípios pelos quais a CIVICOP foi criada".

 

A UNITA considera ainda que "o partido no poder utiliza a CIVICOP para estimular o ódio, com informações que minam a reconciliação nacional".

 

A CIVICOP foi criada por decreto presidencial em Abril de 2019, tendo por missão elaborar um plano geral de homenagem às vítimas dos conflitos políticos ocorridos nesse período.

 

A UNITA acusa a CIVICOP de estar envolvida em "permanentes ciladas e embustes". O partido cita como exemplo o caso das ossadas que foram entregues a familiares de vítimas dos conflitos políticos, mas que, após verificação, não se confirmaram como sendo as ossadas dos seus entes queridos.


A UNITA responsabiliza o Presidente da República, João Lourenço, pela "desvirtuação" da CIVICOP.


A retirada da UNITA da CIVICOP pode ter um impacto negativo no processo de reconciliação nacional em Angola. O partido é a principal força da oposição no país e a sua saída da comissão pode dificultar o diálogo entre o Governo e a oposição.