Luanda - O director Nacional para os Assuntos Académicos e Institucionais da Juventude Unida e Revolucionária de Angola (JURA), braço juvenil da UNITA, Laurindo Mande considera que a nova divisão político-administrativa, que vigora no país desde 1 de Janeiro de 2025, constitui uma “estratégia inútil” do regime do MPLA, por entender que “não trará melhorias nenhumas nas vidas dos cidadãos”.
Fonte: Club-K.net
Segundo Laurindo Mande, o aumento do número de Municípios de 164 para 326, pelo Governo, visa apenas “acomodar os seus membros do MPLA, sem olhar para os riscos”. “Aonde se chegou ao ponto do Palácio do administrador do Tombwa ter sido assaltado isto demonstra desordem e falta de condições dos serviços que eles alegam que estariam próximos dos cidadãos”, disse Mande, acrescentando que, “de um lado poderá atrapalhar, noutros casos teremos Municípios que ontem foram bairros e aldeias, que nem sequer serviços mínimos têm”.
Em declarações ao Club-K, o jovem político da JURA pensa que “na essência”, se a intenção fosse garantir o cumprimento das tarefas do Estado “elencados nos termos do artigo 21º da Constituição da República de Angola”, de acordo com Laurindo Mande, “apoiaria, mas a intenção foi política, com objectivo de esvaziar os cofres dos partidos políticos com a implementação de mais secretariados provinciais e municipais, até comunais”.
“Eles criaram Municípios sem infraestrutura, ao ponto do administrador dos Mulenvos, em Luanda, até ao momento assina documentos no seu carro por falta de gabinete, o que é inútil”, assinalou.
Para Laurindo Mande, o papel do Governo “é servir e facilitar a vida dos cidadãos e não atrapalhar. Violou-se a história dos povos, foi uma decisão unilateral do MPLA sem o beneplácito do povo angolano”.
Na visão do director Nacional para os Assuntos Académicos e Institucionais da JURA, “um governo normal, deveria convocar as eleições autárquicas, que é uma matéria que está no ordenamento jurídico angolano desde 1991”.
“Não o fazendo o MPLA através da sua pobre desculpa de que era por falta de condições, ao elevar essas aldeias à categoria de Municípios que nem uma hospedaria tem, cai por terra tal pobre justificativa”, disse, para quem “não se permite que, no país do Presidente da União Africana nunca existiu eleições autárquicas”.
“Em nenhuma circunstância estarei apoiando esta desordem administrativa e tão logo o MPLA sair do Poder aquela lei deve ser revogada e voltar ao número anterior e convocar com urgência as eleições autárquicas, para acabar com as assimetrias, e completar o Estado de Direito e Democrático”, finalizou.