Luanda – No seu discurso de posse como presidente do recém-legalizado Partido Cidadania, Julio Bessa fez uma crítica incisiva ao que chamou de “Partido-Estado”, referindo-se ao atual governo angolano. O líder do novo partido acusou a atual administração de falhar de forma crónica na resolução dos problemas estruturais que afligem a população angolana, deixando os cidadãos num estado de crescente frustração.
Fonte: Club-k.net
Bessa afirmou que “os cidadãos estão cansados das promessas do Partido-Estado”, numa clara alusão ao governo em exercício que, segundo ele, tem sistematicamente falhado em cumprir as expectativas do povo. O presidente do Cidadania apontou a falta de soluções tangíveis para questões urgentes como o desemprego, o elevado custo de vida e as condições precárias em muitos serviços públicos. “Não há um futuro promissor para os jovens e para as famílias, que continuam a lutar por uma vida digna. Não existem respostas claras, não há soluções eficazes”, disse Bessa, com veemência. Para ele, a população vive aprisionada entre promessas vazias e uma realidade dura, que não condiz com os avanços que o país deveria ter feito ao longo de quase cinco décadas de independência.
A crítica de Bessa foi ainda mais direta quando referiu que “as gerações estão a viver na incerteza, no desespero e na frustração”. Ele sublinhou que as dificuldades enfrentadas pelo povo angolano não estão a ser tratadas com a seriedade que merecem. A sua análise sobre a situação do país não poupou o governo, que considera incapaz de atender às reais necessidades dos cidadãos, deixando-os à margem de soluções para os seus problemas do quotidiano.
Julio Bessa foi enfático ao destacar o desencanto da juventude, que, segundo ele, está a ser alvo de um sistema político falido. “Até quando?”, questionou, apontando a crescente desilusão dos angolanos que, após décadas de promessas não cumpridas, se veem a lutar pelo básico e pelo essencial. Para o novo líder do Cidadania, a falta de ação concreta e de políticas públicas eficazes tem alimentado o desespero da população, especialmente das gerações mais jovens, que têm sido a grande vítima da ineficiência do sistema.
No entanto, Bessa não se limitou a criticar. Ao longo do seu discurso, ele afirmou que o Partido Cidadania surge como uma alternativa real à falência do atual modelo político. Para ele, a mudança não pode ser apenas uma alternância de poder entre os partidos tradicionais, mas sim uma transformação profunda no paradigma de governação. O partido, segundo Bessa, pretende focar-se nas verdadeiras necessidades dos cidadãos, propondo uma abordagem mais eficiente e voltada para o bem-estar da população. A sua visão para o futuro de Angola é uma gestão pública mais próxima das pessoas, mais atenta às suas necessidades e que promova, de forma sustentável, a prosperidade de todos.
“Os cidadãos angolanos não querem mais promessas vazias e soluções ilusórias. Eles exigem ação concreta e resultados palpáveis que melhorem as suas condições de vida. O Cidadania nasce com a missão de dar voz a todos aqueles que, ao longo dos anos, não tiveram a oportunidade de serem ouvidos”, declarou Bessa. Ele frisou que a principal missão do partido será dar um novo rumo ao país, com um foco firme na resolução dos problemas sociais e económicos que continuam a afectar milhões de angolanos.
A crítica de Julio Bessa ao governo é clara e direta: o modelo de governação atual falhou em promover o desenvolvimento, em gerar oportunidades e, principalmente, em garantir um futuro digno para os cidadãos. Para o presidente do Cidadania, a situação exige uma mudança de paradigma, e o partido está preparado para liderar esse processo.
Julio Bessa deixou claro que não está à frente do Cidadania por interesse pessoal ou para se enriquecer, mas porque acredita, de forma genuína, que é possível construir um Angola melhor. O seu apelo à mudança foi forte, e a sua determinação é visível. Com uma crítica incisiva à ineficácia do Partido-Estado, ele propõe uma nova forma de fazer política, assente no diálogo, na inclusão e na resolução efectiva dos problemas que marcam o dia-a-dia dos cidadãos angolanos. O Cidadania, segundo ele, não vai arredar pé até que a mudança seja uma realidade.