Luanda – Funcionários do Instituto de Investigação Veterinária de Angola (IIVA) denunciaram esta semana a persistência de salários em atraso há cerca de três anos, situação que, segundo os trabalhadores, tem comprometido o sustento de famílias, o pagamento de escolas, rendas de casa e necessidades básicas.

Fonte: Club-k.net

As denúncias apontam ainda para condições laborais descritas como desumanas, com relatos de guardas sem alimentação adequada, trabalhadores obrigados a deslocar-se a pé para o local de trabalho e perseguições institucionais a quem apresenta reclamações. A situação agravou-se em Julho de 2023, quando os funcionários foram, alegadamente, removidos do sistema de segurança social sem aviso prévio ou justificação formal.

 

O Director-Geral Adjunto para a Área Administrativa, Alegria Agostinho Francisco, ligado ao partido MPLA, é apontado como principal responsável pela gestão considerada negligente. Os trabalhadores acusam-no de desvio de património público e de bloqueio de processos internos e denúncias externas, incluindo um processo arquivado junto da Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) entre 2023 e 2024.

 

Durante a gestão de Alegria Agostinho Francisco, entre Julho de 2020 e 2024, não terá sido tomada qualquer medida para resolver os salários em atraso ou melhorar as condições de trabalho, segundo os relatos. As reclamações encaminhadas a instituições como a IGAE, a TV Zimbo e o Ministério da Agricultura e Florestas (então sob a liderança de António Francisco de Assis) não terão produzido qualquer resposta efectiva.

 

Apesar da recente nomeação de um novo Director-Geral e de um novo Ministro da Agricultura, permanece a incerteza quanto à resolução dos problemas, uma vez que Alegria Agostinho Francisco continua em funções.

 

Os trabalhadores reivindicam o pagamento imediato dos salários em atraso, a reintegração no sistema de segurança social e o fim das alegadas perseguições. Apontam ainda para um impacto humano severo, com famílias em risco de despejo, crianças fora da escola, idosos sem acesso à reforma e trabalhadores em estado de esgotamento físico e mental.

 

Até ao momento, o Instituto de Investigação Veterinária de Angola e o Ministério da Agricultura e Florestas não emitiram qualquer comentário oficial sobre as denúncias.