Luanda – O relatório oficial da autópsia confirmou que Pedro Sebastião Mukengo, de 37 anos, foi morto por um disparo de arma de fogo, contrariando a versão inicialmente avançada por agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), que alegavam ter-se tratado de um ferimento causado por uma faca.

Fonte: Club-k.net

Pedro Mukengo por Disparo de Arma de Fogo

O incidente deu-se na noite de sábado, 17 de Maio, por volta das 21h, na Rua B do bairro Vila Flor, município do Cazenga, durante uma intervenção da PIR numa festa de rua. Segundo testemunhos recolhidos no local, os agentes terão usado gás lacrimogéneo para dispersar os presentes, o que gerou um ambiente de confusão. Em meio ao tumulto, foram disparados tiros, e um dos projécteis atingiu mortalmente Pedro Mukengo, pai de três filhos, que, de acordo com várias testemunhas, não apresentava comportamento agressivo nem se encontrava armado.

 

Moradores da zona denunciam que, após os disparos, os agentes da PIR regressaram ao local para recolher cartuchos e manipular a cena do crime, numa tentativa de alterar a narrativa. Inicialmente, as autoridades tentaram justificar a morte afirmando que a vítima teria sido agredida com um gargalo de garrafa. Há ainda acusações de que os agentes terão usado uma sabre para remover a bala do corpo de Pedro, numa tentativa de destruir provas do homicídio.

 

Três moradores foram detidos sem explicações claras na sequência do incidente, mas já se encontram em liberdade.

 

Com a confirmação médica de que Pedro foi morto por um projéctil de arma de fogo, cresce a pressão sobre as autoridades para que os factos sejam apurados com rigor e os responsáveis levados à justiça. A família da vítima exige esclarecimentos e responsabilização criminal dos envolvidos.

 

A comunidade do Cazenga, abalada pelo sucedido, junta-se ao apelo da família, clamando por justiça e por um fim à violência policial impune que continua a vitimar cidadãos inocentes em Angola.