Benguela - A maldição dos recursos pode ser considerada um conceito genérico que capta vários aspectos que caracterizam negativamente os países com abundância de recursos naturais.

 

*António Capalandanda
Fonte:Voz da America


Os baixos índices de desenvolvimento humano, os conflitos internos violentos e os regimes autoritários, bem como, os elevados níveis de corrupção, grandes debilidades do sistema de saúde e educação são terríveis exemplos de tais características.

 

A corrupção na gestão dos recursos naturais, em Angola, tem sido apontada como a principal razão para o mau desempenho do país.

 

O especialista John Alberg, disse a Voz da América que, as rendas a partir de recursos naturais, sobretudo de recursos não-renováveis, constituem ganhos inesperados para uma economia, ou simplesmente consideradas cambiais presentes por actores como as empresas petrolíferas transnacionais.

 

Acrescenta ainda que, em troca de concessões, além das receitas e impostos que o governo arrecada, as empresas privadas pagam bónus de assinatura e taxas de licença, que criam enormes potencialidades para benefícios pessoais.

 

As decisões sobre a distribuição de rendas e licenciamento de direitos de extracção normalmente são controladas por altos escalões do poder político.

 

Assim, a exploração dos recursos em geral é muito politizada e as decisões são tomadas e impedidas de visão com as referências feitas aos interesses nacionais; Sublinhando que o petróleo é usado como protecção para manter a aderência do poder

 

A produção de petróleo em Angola cifrou em 601 milhões 492 mil e 344 barris, de Janeiro a Novembro do ano transacto.

 

Em 2010, os preços dos combustíveis em Angola sofreram um aumento, com a gasolina a custar 60 kwanzas o litro, contra os 40 Kwanzas anteriores, e o gasóleo a atingir 40 kwanzas o litro, contra os 29 kwanzas praticados antes.

 

Essa situação levou aos taxistas a realizarem uma manifestação está semana, nas cidades de Benguela e Lobito, exigindo o aumento da bandeirada. Vitorino Nhany é o secretário provincial da UNITA em Benguela.

 

“ Já dizíamos anteriormente que a subida dos preços dos combustíveis iria penalizar o sector agrícola, iria penalizar o próprio empresariado, iria promover o desemprego, proporcionaria o recrudescer do nível de delinquência com graves consequência para a estabilidade do próprio país.”


Para o político, Angola não está destinada a ser amaldiçoada por suas dotações de petróleo.

 

“ Enquanto estivermos num país onde o autoritarismo faz lei, naturalmente nunca podemos contribuir para o progresso”.