Luanda - Com uma expressiva vitória do contendor angolano, que acabou por encostar o português às boxes, Fernando Macedo (FM) e Diogo Freitas do Amaral (FA) travaram esta semana na Universidade Lusíada um pequeno "bilo"* à volta do carácter democrático da constituição angolana, um assunto que, pelos vistos, ainda não está resolvido.
*Wilson Dadá
Fonte: morrodamainga.blogspot.com
Os autores da carta magna angolana continuam a ter necessidade de reforçar os seus argumentos com o concurso de renomadas personalidades estrangeiras, o mesmo acontecendo com a oposição em sentido contrário.
O mercado dos mestres portugueses é aquele que está mais a mão para este tipo de contratação.Freitas do Amaral esteve em Luanda a fazer várias coisas, tendo a média governamental destacado as suas repetidas declarações políticas muito favoráveis ao carácter democrático da constituição angolana, do tipo cheque em branco.
O catedrático FA que não é constitucionalista (é administrativista) chocou assim frontalmente com as anteriores apreciações negativas de colegas seus mais familiarizados com esta matéria, onde o destaque vai, certamente, para o demolidor parecer que foi encomendado pela UNITA ao Professor Jorge Miranda, ao que poderíamos acrescentar o devastador artigo de opinião escrito a propósito por Vital Moreira que considerou o modelo angolano como sendo um "hiperpresidencialismo".
No "bilo" que chegou ao nosso conhecimento e que teve por "ringue" o anfi-teatro da Lusíada, o angolano Fernando Macedo, que é professor daquela instituição, depois de ter ouvido as elogiosas considerações de Freitas do Amaral com as quais não podia estar de acordo, considerando a sua posição a respeito do assunto (que já é sobejamente conhecida da opinião pública), começou por questionar o prelector português sobre o seu nível de conhecimento do texto fundamental angolano.
Sem ter dado o dito pelo não dito (também não precisava), Freitas do Amaral pediu desculpas aos presentes, ao admitir que ainda não tinha feito nenhum estudo sobre a constituição angolana, o que prometeu fazê-lo proximamente para se poder pronunciar com mais propriedade sobre uma matéria que é efectivamente complexa e "complicosa", tendo em conta a intensa polémica que o novo modelo constitucional despoletou e continua a alimentar.
Em abono da verdade, como também o admitiu, Freitas do Amaral pensava que o assunto já estava arrumado numa prateleira qualquer.
Enganou-se redondamente, mas manteve em público as suas apologéticas declarações políticas, que estão a ser capitalizadas até à exaustão pela média governamental.
Assim é que trabalhar!
E que viva a Academia!