Washington - A CEDEAO anunciou que o presidente cessante da Costa do Marfim aceitou negociar o fim da crise política que tem abalado o país desde as eleições de Novembro.


Fonte: VOA


O anúncio foi feito pela organização regional, isto depois do chefe de Estado nigeriano Goodluck Jonathan ter dito inicialmente continuar a haver um bloqueio nas negociações.

 

Os líderes da CEDEAO disseram também hoje que as forças de Gbagbo vão levantar o cerco ao hotel onde se instalou o seu rival, Alassane Ouattara.

 

Segundo a agência portuguesa lusa, citando um dos mediadores, “Gbagbo terá aceitado negociar uma saída pacífica da crise sem condições prévias.” A mesma agência confirma igualmente o levantamento imediato das barricadas junto ao Hotel Golf em Abidjan.

 

Este anúncio surgiu apenas horas depois de        os presidentes da Serra Leoa, Benim e Cabo-Verde se terem reunido na capital nigeriana para analisar os resultados das conversações em Abidjan.

 

Os três chefes de Estados fizeram o ponto de situação ao líder da Comunidade Económica de Desenvolvimento da África Ocidental - CEDEAO – o presidente nigeriano Goodluck Jonathan, sustentando, na altura, que havia um impasse.

 

“Existe ainda um bloqueio. E vamos continuar com a discussão. Mas a posição da CEDEAO expressa no seu comunicado ainda continua de pé,” afirmou Jonathan.

 

Nas conversações de ontem com o ainda presidente Gbagbo, os chefes de Estados ofereceram-lhe protecção e segurança se abandonasse o poder. Mas Gbagbo respondeu que não iria ceder, e que estava a defender o seu país contra a ingerência estrangeira. Desconhece-se o que o possa ter feito mudar de opinião.

 

Alguns analistas afirmam que Angola poderá ter de desempenhado um papel importante, nos bastidores, dada a relação próxima entre José Eduardo dos Santos e Laurent Gbagbo. Fontes oficiais americanas admitiram, por outro lado, que Gbagbo possa deslocar-se para Estados Unidos e viver no Estado da Geórgia, onde tem familiares.

 

A CEDEAO ameaçou em recorrer a força contra Laurent Gbagbo, que conta ainda com o apoio das forças armadas, o que leva a crer que um combate para o controlo de Abidjan iria ter um alto custo.

 

Entretanto membros do Partido Democrático da Costa do Marfim disseram que forças de segurança cercaram a sede dessa formação política acusando-os de estarem a esconder armas. A mesma fonte disse que um número indeterminado de pessoas ficou ferido.

 

O partido democrático faz parte da coligação que apoiou Alassane Ouattara nas eleições presidenciais de Novembro.