Luanda – A ministra da Comunicação Social, Carolina Cerqueira, afirmou nesta segunda-feira, em Luanda, que o papel do sector que dirige está em ascensão, tanto do ponto de vista comercial como social.

 

Fonte: Angop

 

Ministra da Comunicação Social, Carolina Cerqueira A governante fez esta afirmação na sua comunicação apresentada aos participantes no IV Conselho Consultivo Alargado do Ministério das Relações Exteriores, aberto pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, no Centro de Conferências de Belas.

 

Explicou que o interesse particular no sector privado na área da comunicação social é palpável, precisando que desde 2002 foram registadas 301 publicações, entre boletins, revistas, jornais e rádios privadas que vão surgindo em todas as capitais provinciais e em alguns municípios.

 

A nível da televisão, adicionou a ministra, existe já um canal privado de grande audiência, sobretudo em Luanda, capital do país, a TV Zimbo, observando que a comunicação social angolana encontra-se num momento privilegiado, com o país em franco desenvolvimento.

 

Neste quadro, Carolina Cerqueira disse ser urgente reforçar o organismo de regulação para garantir os direitos e deveres do sector e dos cidadãos.

 

“Refiro-me concretamente à conformação e articulação do actual Conselho Nacional de Comunicação Social (CNCS) à Constituição, para que se defina clara e objectivamente os direitos e deveres inerentes aos órgãos da comunicação social operantes no país para que haja responsabilização dos mesmos, face à sociedade, e seja assegurado o cumprimento de um conjunto de obrigações num universo de complexidades e oportunidades”, mencionou.

 

Indicou que o sector tem vindo a encorajar a iniciativa privada, estimulando e apoiando acções de formação e o exercício da actividade, abrindo o espectro comunicacional a todas as sensibilidades da sociedade, de modo a que todos os angolanos sintam os seus interesses, anseios e expectativas reflectidas nos media para uma informação plural aos cidadãos.

 

A ministra acrescentou que constitui também matéria de regulação que o sector prioriza, a melhoria e valorização dos hábitos e costumes do povo angolano, nomeadamente as línguas e a cultura nacionais, de forma a reforçar o papel de socialização da comunicação social.

 

No entanto, disse ser necessário que os interesses comerciais não interfiram com um serviço público de informação, onde se privilegie o factor social de desenvolvimento, como a educação das populações sobre os fenómenos sociáveis, priorizando a instrução cívica, moral e patriótica.

 

“No contexto geral, foram definidas quatro áreas a serem privilegiadas pela informação de serviço público, nomeadamente o sector social (educação e saúde), o desenvolvimento rural, as finanças públicas e as infra-estruturas, para que a comunicação social possa contribuir construtivamente para o crescimento socioeconómico do país e acompanhar os esforços de reconstrução nacional”, aclarou.

 

Adidos de Imprensa devem ser considerados elementos cruciais

 

Os adidos de Imprensa devem ser considerados elementos cruciais na equipa diplomática a que pertencem, sendo necessário estimulá-los e responsabilizá-los na gestão das tarefas que lhes competem, defendeu hoje, segunda-feira, em Luanda, a ministra da Comunicação Social, Carolina Cerqueira.



Segundo a governante, que falava para os participantes no IV Conselho Consultivo do Ministério das Relações Exteriores, os adidos não só devem ser facilitadores de informação, mas também autores no âmbito da promoção e divulgação do seu país junto à imprensa, e, na medida do possível, directamente às populações do país onde actuam.

 

“O adido de Imprensa deve divulgar os órgãos de comunicação social actuantes em Angola, e criar mecanismos de divulgação de informação relevante à comunidade angolana no exterior”, sugeriu a ministra.

 

A par disso, a governante acrescentou que os adidos também devem servir de ponte entre os cidadãos e os órgãos de Comunicação Social em Angola, de modo a que o país tenha acesso as suas comunidades residentes no exterior de forma regular.

 

“Em suma, no quadro de reconstrução nacional, a comunicação social e os adidos de Imprensa, como representantes desta no exterior, devem funcionar como um elemento catalisador na promoção da imagem da nova Angola em paz e em franco desenvolvimento”, agregou.

 

Carolina Cerqueira explicou que nas deliberações do VI Conselho Consultivo do Ministério da Comunicação, Social, realizado em Novembro de 2010, exortou-se o desempenho dos adidos de Imprensa, na promoção de uma nova Angola no mundo, incentivando-os a prosseguirem na divulgação das medidas tomadas e dos êxitos registados nos sectores da economia, desporto, cultura e sociedade em geral.

 

"Contudo persiste a necessidade do esclarecimento da dependência administrativa e financeira dos adidos de imprensa, tendo em conta alguns constrangimentos registados no seu desempenho, embora a lei seja clara quanto aos seus direitos e obrigações”, argumentou a ministra.

 

Esclareceu que o adido deve, na sua prática diária, ser um colaborador permanente do chefe da missão na gestão de informação, “não devendo ser relações públicas e muito menos um corpo estranho de uma equipa, agindo e actuando sempre com ética e deontologia, de modo a dignificar a classe que representa e cumprir com profissionalismo o cargo que desempenha”.

 

No quadro do ajustamento do funcionamento das instituições aos postulados legais, a ministra recordou que realizou-se no final do ano transacto, um encontro entre responsáveis dos ministérios das Relações Exteriores e da Comunicação Social, para definir os procedimentos financeiros a serem cumpridos, à luz da legislação existente, para responder algumas das reivindicações que os adidos têm colocado.

 

O encontro, aberto pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, decorre no quadro da busca de uma organização efectiva e eficiente, que possa estar de acordo com os grandes objectivos do Executivo angolano.

 

Visa ainda a modernização do Ministério das Relações Exteriores, de modo a torná-lo mais efectivo do ponto de vista de organização e procedimentos administrativos, assim como transformá-lo numa máquina mais produtiva no exercício das suas funções de coordenador e executor da política externa.