Costa do Marfim - O presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, CEDEAO, afirmou que a África do Sul está a prejudicar os esforços para resolver a crise política na Costa do Marfim.


Fonte: VOA


images/stories/jes%20zuma%20condecoracao.jpgA África do Sul faz parte de uma equipa de mediação da União Africana que está a tentar ultrapassar até ao fim do mês o impasse entre os dois presidentes rivais da Costa do Marfim.


A CEDEAO afirma que o vasto apoio ao vencedor reconhecido pelas Nações Unidas está a sofrer uma rápida erosão por parte de países que continuam a colocar-se do lado do presidente cessante Laurent Gbagbo que se recusa a abandonar o poder.


James Victor Gbeho, o presidente da CEDEAO afirmou nomeadamente: “aparentemente, por causa de certos interesses geopolíticos, alguns países estão interessados no falhanço da CEDEAO de modo a poderem brilhar eles próprios.”


Gbeho afirma especificamente que a África do Sul está a minar os esforços da organização regional para afastar Gbagbo do poder: “chegamos à conclusão de que alguns países estão a encorajar Gbagbo a não ceder visto que podem dar-lhe um tipo de apoio de que a CEDEAO não dispõe. Neste momento está ancorado na Costa do Marfim um navio de guerra sul-africano. Acções desse género só podem complicar ainda mais as coisas.”


A África do Sul afirma contudo que o navio que se encontra na Costa do Marfim é apenas um barco de apoio sem objectivos militares.


O presidente sul-africano, Jacob  Zuma, é um dos 5 chefes de estado nomeados pela União Africana para resolver a crise politica marfinense.


Gbeho afirmou ainda que as criticas formuladas publicamente à CEDEAO por líderes da União Africana constituem uma afronta à tradição da responsabilidade regional.


Segundo ele, os líderes da África Ocidental respeitaram as decisões da SADEC em relação ao Zimbabué e a Madagáscar e deviam portanto respeitar agora as decisões da CEDEAO relativamente à Costa do Marfim.


Acrescentou que a CEDEAO acolhe com agrado o diálogo salientando contudo que esse diálogo deve respeitar os desejos do povo marfinense expressos nas eleições que deram a vitória a Alassane Ouattara.


Disse ainda que a CEDEAO aguardará pacientemente as conclusões da equipa da União Africana reservando-se contudo o direito de agir independentemente incluindo com o recurso à força para remover Gbagbo do poder.



Entidades oficiais da União Africana encontram-se em Abidjan para conversações com representantes de Ggagbo e de Ouattara e deverão apresentar na próxima semana as suas conclusões ao painel composto pelos presidentes do Burkina Fasso, Chade, Mauritânia, África do Sul e Tanzânia.