Lisboa - Entre 800 e 2.000 manifestantes enfrentaram neste sábado (12) um grande aparato de segurança na praça 1º de Maio em Argel, capital da Argélia. O local foi o ponto de partida de uma passeata considerada ilegal pelo governo, criticado pela oposição.


Fonte: noticias.r7.com


Foto: Reprodução de TVO movimento foi inspirado pelos protestos que, nesta sexta-feira (11), derrubaram o presidente do Egito, Hosni Mubarak.

 

Antes do início da manifestação, policiais e opositores se enfrentaram nas ruas de Argel. As forças de segurança prenderam um número ainda indeterminado de pessoas, incluindo Fodiol Bumala, um dos fundadores da Coordenação Nacional para a Mudança e a Democracia (CNCD), que havia convocado a marcha, e o deputado opositor Othman Mazuz.

 

Entre os manifestantes, que gritavam "Argélia livre", estavam Said Sadi, presidente do partido opositor Assembleia pela Cultura e Democracia (RCD), e o líder islâmico Ali Belhadj, do partido dissolvido Frente Islâmica de Salvação (FIS).


Também em Argel, 20 jovens desafiaram os manifestantes e declararam apoio ao presidente Abdelaziz Buteflika. Eles gritavam frases favoráveis ao governante, como "Buteflika não é Mubarak".

 

Em Oran, a grande cidade do oeste da Argélia, 400 pessoas, incluindo vários artistas, se reuniram na praça 1º de Novembro para protestar. A polícia reprimiu a passeada e prendeu alguns dos presentes, incluindo o jornalista Djafar Bensaleh, do jornal El Jabar.

 

O governo preparou um grande aparato para conter as manifestações. A capital do país amanheceu tomada pelas forças de segurança, apoiadas por veículos antidistúrbios estacionados em todos os lugares estratégicos do centro e nos principais pontos do percurso programado para a manifestação.

 

...Caminhões equipados com canhões de água, tanques e agentes com metralhadoras nas mãos estão destacados em torno dos edifícios e das sedes oficiais do centro de Argel, enquanto centenas de veículos policiais patrulham incessantemente as ruas da cidade, praticamente desertas.

 

Vários helicópteros da polícia sobrevoam o centro da cidade desde a manhã deste sábado. Cerca de 30 mil policiais foram mobilizados, muitos deles transferidos desde outras regiões do país em ônibus civis para controlar a situação em Argel. Alguns veículos da imprensa argelina asseguram que as forças policiais foram proibidas de utilizar fogo real durante o protesto, embora tenham recebido instruções de evitar qualquer distúrbio.

 

Além do dispositivo policial, foram reforçados os efetivos de soldados encarregados de controlar as principais vias de acesso à capital, onde, segundo a imprensa, os esquemas de controle já impedem o acesso de determinadas pessoas e veículos à cidade