Huambo - O tribunal do Bailundo condenou os militantes da UNITA, presos domingo último e julgados sumariamente no dia 16 de Fevereiro de 2011.
Fonte: Unitaeuro
Os militantes da UNITA no total de 16 elementos foram presos depois de terem neutralizado a agressão por elementos da polícia e da juventude do MPLA.
Nunes Fernando Pátria, um dos que presenciou a cena, afirma elementos da polícia e da JMPLA emboscaram a caravana da UNITA que regressava da aldeia Kayuva onde foram acompanhar o professor António Kaputu.
“O meu colega foi alvejados na cara e eu fui atingido na perna por pedras e garrafas arremessadas por elementos da JMPLA protegidos pela policia nacional que disparou armas de fogo contra o nosso grupo”, explica o militante da UNITA.
“Na nossa auto-defesa”, acrescenta “dispersamos o grupo dos atacantes e conseguimos capturar um agente da polícia nacional que estava a disparar contra nós ameaçando-nos de morte junto a sua arma e do seu colega no total de duas”.
“Nessa altura, alguns colegas nossos fizeram participação da ocorrência ao comando comunal da polícia e para o nosso espanto foram imediatamente presos”, explica e continua.
“Quando nos apercebemos dessa injustiça da polícia de prender os que se foram queixaram da agressão e sofrida pelo nosso grupo, decidimos levar o agente capturado e as duas armas ao comando da polícia no Bailundo e quando lá chegamos aconteceu a mesma coisa, os que foram levar o agente e as duas armas foram detidos”.
Nunes Fernando afirma que sentiu-se surpreendido com a baixeza da polícia nacional ao imiscuir-se nos assuntos que só mancham a sua imagem perante o povo, quando devia primar pela isenção e ser apartidária.
O nosso interlocutor diz não entender como os órgãos de justiça prendem os ofendidos e protegem os prevaricadores.
Para ele, essa atitude encoraja a confusão no país e separa cada vez mais os angolanos e o sentido da paz conquistada perde a sua essência.
“Eu lamento esse facto, porque nós fomos atacados em plena sede comunal do Lunji com todo o povo a ver e ficamos feridos e como é que podemos ser presos e condenados? É só mesmo em Angola, porque em nenhuma outra parte do mundo isso é aceitável”, lamentou Nunes Pátria.
Finalmente, Nunes Fernando diz esperar que o presidente da república é o único de quem se espera a voz do comando para que cessem os actos de intolerância política, que estão a minar o ambiente de democracia.
“Nós sentimo-nos oprimidos, tudo o que está escrito nas leis não se cumpre, os soba que são ao mesmo tempo secretários do MPLA fazem e desfazem, mesmo que isso custe a vida de alguém”, concluiu.
De salientar que a detenção e o julgamento dos militantes da UNITA no Bailundo não obedeceu as normas do direito, tendo os detidos sido julgados sem advogado de defesa e sob uma pressão psicológica que fez recordar os tempos do tribunal popular.
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