Lisboa -  Foram consideradas  certas as  vaticinações segundo as quais o convite feito pelo  governador de Luanda, José Maria dos Santos aos jovens promotores da manifestação de sábado seria apenas  “para impor condições” quanto a realização da iniciativa democrática em favor da liberdade de expressão em Angola.


Fonte: Club-k.net

Impõe que seja realizada num Quintal

Na terça-feira, o  governador provincial  manifestou-se interessado em  ter um  encontro em privado com os jovens no seu gabinete, previsto para Quarta -feira de manha. O jovens deslocaram-se ao palácio provincial  de Luanda  mas por falta de entendimento o encontro  não se realizou, porque as autoridades vetaram a entrada de alguns dos elementos do grupo, contrariando a posição dos jovens que entendem que o encontro deveria ser na presença de todos os subscritores da comunicação da manifestação e não ao contrario. O encontro privado acabou por não acontecer.

 

Nos corredores do palácio do governo  provincial de Luanda, os jovens foram interceptados por um alto funcionário do governo provincial, Carlos  Alberto Cavukila que responde pelo Gabinete  Jurídico daquela instituição governamental. Carlos  Cavukila  abordou informalmente os jovens transmitindo a posição do regime.

 

As autoridades fizeram saber aos jovens que autorizam a manifestação com a condição de que ela se realize  no “parque”  da Independência e não no largo conforme invocado na comunicação dos  manifestantes.  O parque da independência  é uma área de diversão fechada, a poucos metros do “largo primeiro de Maio”  usada pelos músicos para apresentação de obras discográficas. Os manifestantes recusam a condição do governo provincial de Luanda sob alegação de que não podem se manifestar num “espaço fechado” ou seja “num  Quintal”.

 

Num recente encontro de trocas de idéias mantido entre os mesmos, os jovens decidiram que a manifestação terá de ser mesmo no largo da Independência e não “Num Quintal”.  Os mesmos encaram que o anuncio do governo provincial em dizer que autorizaram  a manifestação serviu para vender a imagem que “o regime é democrático e que não se importa com a realização de manifestação”.


No ver  deles, a imposição do regime serve  também para desencorajá-los  visto que o “Quintal”  ao qual desejam que eles se manifestam é desconfortável para acolher o numero de pessoas que queiram se juntar  a  manifestação. Os jovens mostram-se decididos em realizar a mesma no largo da Independência que é o espaço aberto e acolhedor que eles citaram na comunicação ao governo provincial.  Estão conscientes que   ao fazerem no local desejado, o governo ira logo impedir  a iniciativa democrática  ou ameaçar com detenções   sob alegação de que não realizaram a manifestação no local autorizado.

 

Estão cientes que tal cenário será intimidatorio  e sem respaldo legal. Baseiam-se em argumentações jurídicas em sua disposição razão pela qual tencionam fazer se acompanhar com copia da lei constitucional  para mostrar aos policias que toda resposta “violenta”  será considerada  crime  e violação a constituição angolana.