AO EXCELENTISSIMO SENHOR MINISTRO DO INTERIOR‏

Luanda - Caro senhor é com bastente tristeza que através de alguns desabafos e até lamentaçôes tomei conhecimento da triste realidade que vivem os efectivos da DPIC, pelas injustiças ou compadrinhos que até ao momento continuam a verificar-se no seu Ministério ( COMANDO GERAL / PROVINCIAL DA POLICIA NACIONAL ).


Fonte: Club-k.net

 

Acerca de uma semana desloquei-me a uma das esquadras da Policia, mais propriamente no Departamento de Investigação Criminal daquela Divisão, na companhia de um amigo de nacionalidade europeia com o propósito de efectuar uma participação por roubo de documentos da parte deste. O cenário com que nos deparamos desencorajava a efectivação de tal participação, começando pelo local que considero inaprópriado para a tarefa a que o Departamento está adistrito, assim como o imobiliário ali exposto, que logo a prior convida o participante a desistir da sua intenção, indicando tratar-se de uma perda de tempo efectuar a participação.

 

Em segundo lugar o desanimo no rosto do funcionário que nos estava a atender, demonstrando fadiga logo por volta das 15h00, e pelo que pude entender apenas ele nos podia atender por ser o especialista na matéria e sem um computador para o efeito, utilizando uma maquina mecanógrafa com a fita já gasta de tanto uso.

 

No decorrer do atendimento, fui puxando alguma conversinha com o mesmo, ficando a saber que era funcionário acerca de quinze anos, com a patente de sub-inspector a dez anos e como se não bastasse com formação superior. Segundo o mesmo, a sua má disposição devia-se pelo facto de não ter comido nada ainda naquele dia por falta de dinheiro, visto que quando de serviço de vinte e quatro horas as refeicões estão sob sua responsabilidade, e como não dispunha de valores faria a refeição de regresso a casa no dia seguinte.


Outro desapontamento é o facto de ostentar a pantente de sub-inspector a dez anos, enquanto que individuos com menos de cinco anos de serviço e sem formação superior alguns deles já ostentam a patente de ofíciais suiperiores.

 

Sic: Nós na Investigação somos os mais prejudicados, até parece que há filhos e enteados. Operamos todas as semanas, com todos os riscos inerentes a nossa integridade fisica, efectuamos trabalhos de vinte e quatro horas e sem o pagamento dos piquetes nem alimentação, e como se não bastasse a folga que temos nem sequer merece o nome. Um dia ainda largo isto e dou outro rumo a minha vida, estou envelhecendo aqui e sem qualquer esperança no futuro para os meus filhos, nem casa própria tenho.

 

Intrigado com a revelação, decidi antes e junto de outros funcionários da mesma instituição verificar a vercaiddade dos factos e não foi nada agradavél o que realmente observei, e os relatos de que tive acesso, não há nada de exagero da parte daquele funcionário, pelo contrário simplificara muita coisa .

 

Caro senhor Ministro, contra factos não há argumentos, sou um cidadão do mundo, não quero procurar efectuar comparações de outras latitudes/longitudes, mais a investigação criminal é uma policia que merece todo o respeito e condições para o desenpemho das suas funçôes. Quando um funcionário desta natureza não tem um computador, uma secretária própria, mal vestido e trabalha com fome, que tipo de investigação se quer fazer?


A DNIC/DPIC é comparada ao FBI na america, apenas muda a nomeclatura, já se pensou o impacto que esta policia cria quando chega ao local de um crime?

 

É tempo de mudar o rumo das coisas. Dar-se formação adquada aos membros destas Direcçôes a vários nivéis, apetrechar os departamentos com meios sofisticados ( imobiliários, rolantes e outros ), ajustar a forma de patenteamento destes, tendo em conta o seu grau de formação.

 

Sei que o Senhor é pela mudança e já o demonstrou, então mais uma vez mãos a obra e dê de césar o que é de césar e de Deus o que é de Deus para que tenhamos uma investigação criminal que seja um orgulho para os filhos da terra assim como aqueles que nos venham visitar que ao entrarem para estes locais sintam que realmente ali há lei.


*Felisberto de Oliveira