Vou também  criticar o Kizaca
O club-k é antipatriótico

Entre os amaldiçoados faltaram aqueles  que em 2002, um mês antes da caída das Torres Gêmeas nos Estados Unidos atacaram um comboio de passageiros Luanda à Malange, provocando a morte de 150 passageiros, entre eles, a maioria crianças e mulheres; entre os amaldiçoados faltaram aqueles que há 16 anos atrás prometeram somalizar  o país –e lograram com êxito.  Verbo inesquecível por certo: eu somalizo, tu somalizas, ele somaliza, e por aí vai. Quem sabe chegou a hora de nomearmos um acadêmico da Língua Portuguesa para propor aos lusitanos a introdução desse verbo no  Grande Dicionário da Língua Portuguesa.

 Só esperamos que o acadêmico desta vez não seja tão retrogrado, quanto aquele historiadorzinho revoltado, que fica saltando de partido em partido. Esse, sim, deve estar encardido para chuchu!

Além disso, em vez de amaldiçoar, sou desses que prefiro e confio na Justiça dos homens, a bíblia  a mim, não me diz nada, em absoluto. Assim preferiria que esta  turma e aquela fossem todos aos tribunais. Mas isso aí é uma  outra  história.

Para dar continuação ao artigo vou começar também  criticando o Kizaca. Talvez por motivos emocionais  o mesmo tenha se excedido,  ao tratar os administradores do club-k como burros e ineptos . Não é tão verdade assim, é um exagero, mas vou fazer questão de compreender o Kizaka. E dizer em palavras diferente o que ele quis dizer, mas sem recair na pessoa de nenhum dos administradores do club-k. Eu já tentei me referir  a isso. A posição política de cada um dos administradores do club-k não é coisa a ser debatida. Isso é um problema pessoal que deve ser preservado.

O que entra e deve ser considerado no debate é a possibilidade do club-k  se transformar em uma instituição. E essa instituição ser reacionária, no caso em questão, ser  parcial e  estar longe de qualquer  isenção, em outras palavras ser partidária. Kizaca em tom curto e grosso, sem cerimônias, foi direto ao assunto, só que acusou os administradores. É verdade que uma instituição como o club-k é dirigido por pessoas  e é a tendência dessas pessoas que vai definir  os objetivos políticos da mesma.

Ninguém nega  o papel positivo e social do club-k, mas de um lado esse papel  tornou-se algo comprometedor, e atentador  contra a dignidade da nação. Minha  preocupação e questionamento é simples:  Existem interesses do Governo que hoje está no poder, e existe uma mensagem baseado em princípios nacionais, defendido pela sociedade, ou princípios  que deveriam ser preservados por todos.  Os interesses daquele grupo e deste não podem ser confundidos. Independentemente de pertencermos a um ou outro partido, mesmo sendo de um partido encardido, como muitos de nós pertencemos.

Esse princípio a que me refiro é o chamado princípio de Unidade Nacional, que todos nós deveríamos  aprender a defender. É um princípio que a constituição da  República de Angola trás, e se não trás, então deveria trazer. E é um princípio, que muitos por aí irracionalmente, por motivos partidários não defendem, simplesmente porque o partido no poder fez do mesmo um instrumento de sua existência. E não só, é o instrumento fundamental que torna o mesmo partido vitorioso em todos os seus programas. Ora bolas,  cada um sabe o que deve defender nessa vida, e assim responsabilizar-se pelas suas derrotas, assim como manifestar sua alegria diante das possíveis vitórias.

Em outras palavras, o MPLA  só é um partido vitorioso porque soube aderir esse princípio. Ao contrário, muitos outros partidos, e em particular a UNITA, desgraçadamente vê no mesmo princípio o seu calvário, ou o túmulo onde um dia poderá ser sepultado.

Eu particularmente, e faço questão de falar na primeira pessoa, sou defensor irrenunciável desse princípio. Para mim não tem graça ser angolano se não defendermos o mesmo. E é aqui onde, por exemplo, entra a posição delicada do club-k. Antes de dar o exemplo, vou acusar, sim, diretamente o club-k: O club-k é antipatriótico, é um perigo para a Unidade Nacional, é um atentador do princípio básico da nossa existência, a Unidade Nacional.  E o exemplo vem a seguir em forma de pergunta: por que o club-k faz questão de vincular notícias independentistas e separatistas da província de Cabinda, quase sempre  notícias  difamatórias e irreais, longe da verdade? Dá  até destaques  especiais   naqueles  separatistas  cabindenses  que estão lá na Bélgica; outro exemplo, o club-k tem mania de vincular ou noticiar fora da realidade notícias  ou artigos tribais; um exemplo, é aquele típico artigo publicado pelo PGarcia (acho que foi o PGarcia) sobre os Bakongos, que são mais fortes e inteligentes que todo mundo. E por incrível que pareça o PGarcia está no grupo dos melhores articulista da Web-mania, se é assim que posso chamar. Incluindo o AguaLusa, aquele que chamou Agostinho Neto de  medíocre; o Sousa Jamba que é um admirador da poesia do Savimbi, apesar  de que uma coisa não tem nada a ver com outra, eu até posso reconhecer. Já que na falta de bons intelectuais vamos separar  as sobras do lixo.
 
Por isso, querido  Professor Gangue, Vossa Excelência, eu agradeço, imensamente por você não me incluir naquela lista. Confesso,  sinceramente, que eu tinha medo e estava assustado de aparecer lá, só devo mesmo agradecer pela consideração que o Senhor tem pela minha pessoa. Estou falando de coração. Igualmente, tenho grande consideração pelo Senhor, por isso jamais incluiria o Senhor naquela lista de intelectuais ou de articulistas. O Senhor merece e  tem  qualidades de estar no grupo dos melhores e não no meio daquele entulho.

Em artigos anteriores, muitas vezes, aqui mesmo no club-k fui ridicularizado por defender o mesmo, o papel e a importância que o mesmo tinha para divulgar  e socializar a informação (recordo até que uma vez fiz uma espécie de tabelinha com o Celso Malavoloneque). É aqui onde posso concordar com o Senhor.  O club-k é um verdadeiro instrumento, e eficiente instrumento,  contra o  oportunismo velho e caduco, dos nossos mais velhos, que acham que tudo têm direito, e tudo podem ; o club-k é a face da luta do  novo contra o velho, o velho caduco e oportunista, que não singra e que acha que  deve eternizar-se no poder; o novo dinâmico, mas  nem sempre sábio e que ainda não se livrou dos preconceitos do passado.

Com relação a ser ou estar encardido, esse é o problema que estamos com ele. É tanta sujeira, mas tanta sujeira que agente nunca sabe de onde vem.  Pela sugerência fica difícil saber de que lado uns estão. Pelo que vejo a pureza entre nós nem se quer é uma rareza, ela simplesmente não existe. Nós ainda somos os encardidos, há quem nem isso é, e o pior insiste em carregar um morto nauseabundo pelos ombros.

Com relação ao futuro de muitos de nós, se um dia chegaremos lá ou não? É uma pena que não acreditamos em deus, e aí fica mesmo difícil em  saber  qual  a diferença  que existe entre  xinguilar ou espernear  e bajular  para chegar lá?

* Nelo de Carvalho
Fonte: 
WWW.a-patria.net