Lisboa  –   Figuras próximas a UNITA que se apresentam como emissários da corrente de Abel Chivukukuku tem se aproximado nos  últimos dias   a direcção daquele  partido para avançar com a proposta  em torno da apresentação de  Abel Epalanga  Chivukukuku como candidato da UNITA,  a Presidência da República nas eleições de 2012.  Comprometem-se desde já com o esfriamento das reivindicações em “hasta  pública”  do Grupo de Reflexão.   


Fonte: Club-k.net

Reunião decisiva  marcada para terça-feira

O rosto que mais dá destaque as  figuras   que perfilam  a linha de  pensamento dos  “interlocutores   da candidatura de Abel Chivukuvku”   é Faustino  da Silva, seu amigo de longa data, que se identifica  como personalidade apartidária.  Não há evidencia que aponte que os mesmos estejam  agir  sob  previa permissão  de   Chivukuvuku ou se tencionam  apenas testar  a   reação da direcção da UNITA quanto a questão. 

 

Até algumas semanas atrás, o  “núcleo duro”  da UNITA  admitia   a hipótese  de um cenário em que promoveriam  Abel Chivukuvuku  como sucessor   natural  de Isaías Samakuva na liderança do partido.  Em conseqüência dos últimos incidentes internos,  o  “núcleo duro”,  passou a mostrar-se  céptico quanto a questão referindo –se que os moldes da  introdução do tema não foi  o mais correcto.  (Não a acordos de cavalheiros, mas sim abordagem a nível da comissão política)

 

Abel Chivukuvuku  é interpretado como  tendo optado por uma acção  destinada a criar um desgaste a figura de Isaías Samakuva por intermédio do Grupo de Reflexão. Internamente, consideram-no como tendo procedido de forma incorreta e acusam-no de  “apenas desejar ser Presidente da República, sem trabalhar em prol da organização partidária  e de não por em dia as suas quotas de membro.”


O “núcleo duro”  aceita as reclamações do “seu” Grupo de Reflexão porém discorda  em dois aspecto a saber: Um deles é a  “lavagem da roupa suja na comunicação social” e o segundo, a “moralidade”  de Alberto Catengue , que se apresenta como  líder do GR.

 

Uma antiga patente do extinto Serviço de Inteligência da UNITA,  apresentou  a direção do partido, o histórico de  Alberto  Catengue como militante oriundo de uma família da Huíla que dedicava-se ao pasto de cabra. Porém, o Comitê da UNITA no Cacuaco, onde Catengue mora, informou também   que o mesmo não milita naquelas estruturas e não há registro de que tenha pago as quotas. Desde então passaram a considerá-lo  como uma figura  desvinculada ao partido e que não pode falar em nome dos militantes da UNITA.  Acusam-no  de ter  usado  o nome de  veteranos da 1ª guerra de libertação que  estão doentes (Chiwale, Antoninho, Vihemba, Sakuanda), para os apresentar como  apoiantes  da implosão interna. 

 

Jaka Jamba figura de proa da UNITA, ficou  desiludido ao ver o seu nome na lista “de descontentes” posta a circular por Alberto Catengue. Logo a seguir, contactou a direcção do partido para  dizer que “não tinha nada haver com este grupo”  manifestando lealdade a UNITA.

 

O “núcleo duro” por  exemplo, chegou a suspeitar da existência de uma agenda “clandestina” destinada a   desautorizar a direção do partido precipitando uma descontrolável crise interna em que Lukamba “Gato” iria aparecer como salvador, para conduzir  o partido (por via de uma comissão de gestão) até ao congresso onde entregaria a liderança, a Abel  Chivukuvuku.   Ernesto Mulato, tido como uma das figuras da UNITA a quem Abel  Chivukuvuku mais escuta, mostrou-se também desiludido e o chamou a razão como parte envolvida na “agenda clandestina”.


A criação de uma comissão de gestão liderada por Lukamba “Gato” é vista como fora de hipótese visto que o Tribunal Constitucional, apenas reconhece congressos convocados por Presidentes de  partidos que estejam no exercício das funções.


A   UNITA tem agendada  para  terça-feira (2), uma reunião do seu comitê permanente em que prevê a retratação  de  Abel  Chivukuvuku e Lukamba Gato. Antes disse, na tarde de segunda-feira (1 de Julho), Isaias Samakuva deverá falar as 15h30 com jornalistas em conferencia de imprensa. Em paralelo, circulam rumores  apresentando  Abel Chivukuvuku como protagonista de uma conferencia de imprensa marcada para as 10 horas, do mesmo dia,  em antecipação ao presidente do partido.

 
Os ecos das disputas internas, é também apreciado  nos sectores da camada mais jovem da UNITA que reconhecem que a    direcção do partido terá “pecado”  por se manter na indefinição quanto a realização do congresso. Entendem que  mesmo que,  neste momento,  o partido esteja sem espaço para realizar o conclave (Obras a decorrer no salão de  Viana onde realizaram os anteriores congressos), a direcção da  UNITA  deu substancia  para a “implosão interna”.


A saber:


- O Presidente do partido,  Isaías Samakuva  deu uma entrevista  a  Radio Eclésia denotando não saber se teriam ou não congresso.


- Visita do deputado  Demostenes Chilingutila a Benguela  cujo discurso foi entendido como sugerindo que a realização do congresso “seria para depois”.


- Reunião no Huambo  em que se transmitiu que a realização do congresso seria para depois das eleições de 2012. A evidencia esta numa posição recente do líder provincial, Liberty Chiaka,  a agencia angop, que tornou a fazer defesa da mesma tese.


Os jovens da  JURA mostram-se excluídos  dos debates que visou “desviar”  o congresso.  Embora não levem ou façam posições na rua, mostram-se favoráveis que se avance  por uma “política mais agressiva para estremecer o MPLA”. A tonica do desejo dos mesmos nota-se nas posições do seu SG, Mfuka Muzemba que tem ameaçado levar a juventude angolana  a rua caso o MPLA aprove o pacote eleitoral sem consenso dos restantes.  Abílio Kamalata Numa, o Secretario Geral da UNITA reconheceu numa reunião interna que, Mfuka Muzemba era uma das pessoas que mais  se levanta  nos debates e que mesmo descordando em alguns pontos prima-se pelo debate em fóruns internos.


O Grupo de Reflexão  ocorrente “da exclusão” da JURA, nos assuntos internos,  sente que podem ter a juventude do lado de Abel Chivukuvuku. Desde o ano passado, era a juventude que mais lhe procurava incentivando a não por de parte o seu desejo em concorrer a Presidência da República. Tais jovens  consideram que Chivukuvuku esteja a ser hostilizado pelo “núcleo duro”.