Luanda - As autoridades policiais e sanitárias descartaram, em Luanda, a existência de elementos tóxicos nos alegados casos de desmaios que têm estado a ocorrer desde Abril do ano em curso em alguns estabelecimentos de ensino do país.
 

Fonte: Angop

 

Segundo o comissário-chefe Paulo de Almeida, que falava em conferência de imprensa, ladeado por representantes do sistema de Protecção Civil e do Ministério da Saúde, dos exames feitos em laboratórios internacionais conceituados não se detectou nenhuma substância tóxica nos alegados casos de desmaios.
 


"Foram feitas algumas análises laboratoriais em várias pessoas e os seus resultados, até aqui, são negativos. Os laboratórios que foram solicitados no exterior do país não identificaram nenhuma causa de intoxicação", frisou.
 


Segundo disse, 90 porcento das pessoas afectadas não apresentavam sintomas de desmaios, mas sim de desfalecimentos (afunilamento de estado de consciência) e chegavam aos centros hospitalares consciente.


 
"Grande parte das pessoas afectadas e que foram parar aos estabelecimentos hospitalares nada tinham a ver com intoxicação. O mal que padeciam não tinha uma relação de causa/efeito”, esclareceu.

 
Adiantou que tal fenómeno não provocou, até ao momento, nenhuma vítima mortal, porquanto tem recebido a pronta resposta e assistência das forças que integram o sistema de gestão e emergência no âmbito da protecção civil.
 


Disse que a Polícia Nacional está perante um fenómeno que precisa descortinar.
 


Por sua vez, Adelaide de Carvalho, representante do Ministério da Saúde, fez saber que até ao momento não houve nenhuma situação grave de alegados casos de desmaios que merece evacuação para um hospital especializado.
 


Disse apenas que houve necessidade de se estabelecer um sistema de registo e informação relativa às idades, sexo, momento da ocorrência e antecedentes patológicos das vítimas.
 


Já Rui Pires, médico psiquiatra, admite haver elementos que potenciaram o fenómeno, nomeadamente a forma como as vítimas foram atendidas em hospitais (presença de médicos que indiciava haver elementos tóxicos, dispositivo policial fora do comum, entre outros). 


 
Em função do quadro, considera haver necessidade de se dar suporte psicológico e emocional às vítimas.


 
Os primeiros casos de alegados desmaios em estabelecimentos de ensino iniciaram em Abril do ano em curso que, nos últimos tempos, têm criado um certo pânico e agitação social, situação que tem vindo a preocupar a corporação pelo efeito multiplicador que está a aproveitar sobretudo a crianças e adolescentes.

 
Até ao momento, segundo dados da corporação, registaram-se 91 casos ocorridos em diversos estabelecimentos de ensino do país, cujos sintomas repetiam-se em mal estar, tonturas, fraquezas, deficiências respiratórias e vómitos.