Lisboa -   Em declarações à Lusa, o ativista angolano Rafael Marques condenou a força usada contra os jovens manifestantes, deixando o aviso ao Governo de Eduardo dos Santos para que "não precipite uma situação que eventualmente possa escapar ao seu próprio controlo".


Fonte: Lusa

Activista fala em transição para democrático

Para  Fazendo notar que este é um episódio que está a colocar "o próprio regime numa situação muito mais delicada", Rafael Marques lamenta "a reação da Polícia Nacional e da Presidência da República”, que assim demonstram que “não estão a aprender com o exemplo do Egito, da Tunísia e de outros países, onde a repressão só agravou a situação".

 

Eduardo dos Santos deve procurar outra via

 

Rafael Marques sublinhou ainda a "coragem dos jovens" manifestantes e apontou o desejo de que o Governo de José Eduardo dos Santos compreenda que o "modo como tem gerido o país está a chegar ao fim", pelo que "precisa de começar a encontrar vias para evitar esse tipo de manifestações e dialogar com as pessoas", de modo a conseguir "uma transição pacífica para um modelo verdadeiramente democrático em que as pessoas utilizem as eleições para escolher os seus governantes".

 


A eventuais organizadores de futuras manifestações, o ativista deixa um conselho: terem "sempre uma lista dos participantes para evitar desaparecimentos ou fatalidades. Estamos a lidar com um regime que tem grande capacidade em fazer desaparecer pessoas ou pelo menos escondê-las por tempo indeterminado".