Luanda -  A Polícia Nacional alega desconhecer o paradeiro  exacto do Secretario Geral da JURA, Mfuka Muzemba, preso na deitado na Quinta-feira por  fotografar um grupo de jovens que protestavam pela liberdade dos manifestantes de 3 de Setembro. Em nota distribuída a imprensa, cuja a integra se segue,  a UNITA, acusa a policia de falar com a verdade.

 

Fonte: GP UNITA

O Grupo Parlamentar da UNITA, tem vindo a acompanhar com bastante apreensão a elevada onda de detenções por parte das forças policiais, na sequência de manifestações, envolvendo inicialmente manifestantes e posteriormente cidadãos simplesmente interessados em tomar conhecimento da situação.


Nas suas diligências e no quadro institucional, membros da Direcção do Partido e Deputados do Grupo Parlamentar da UNITA, deslocaram-se no dia 8 de Setembro do ano em curso, à 1ª Esquadra Policial da 1ª Divisão, sita na Ilha do Cabo, onde se encontravam vários detidos naquela manhã, incluindo o Secretário-Geral da JURA Mfuka Muzemba.

 

O Oficial de Polícia faltou com a verdade, negando a presença dos detidos naquele local. De salientar que a esposa de Mfuka, senhora Margarida fazia parte da Delegação supra-citada.

 

Posteriormente, a mesma Delegação contactou o Piquete Central que se encontra na Marginal de Luanda e o Comando provincial que infelizmente não forneceram qualquer informação alegando dificuldades de comunicações.

 

Até ao presente momento a polícia não foi capaz de assumir, em conformidade com a lei, o paradeiro dos detidos que incluí dirigentes nacionais juvenis.


Face a esta atitude da Policia nacional, atentatória as liberdades e garantias plasmadas na Constituição da República de Angola, o Grupo Parlamentar da UNITA apela as Instituições relevantes do Estado Angolano, nomeadamente:


• Chefe do Governo;
• Ministro do Interior e respectivos Comandos da Policia;
• Procuradoria da República;


No sentido de garantirem o estrito respeito aos direitos, liberdades e garantias do cidadão, que se constatou estarem a ser manifestamente violados.


Luanda, aos 9 de Setembro de 2011.

O GRUPO PARLAMENTAR DA UNITA

 

 

CRONOLOGIA DOS FACTOS

Dia 3/09/2011 sábado


• Teve lugar uma manifestação legalmente convocada para o largo 1º de Maio por jovens estudantes com objectivo de apelar por melhores condições sócio económicas e contra os 32 anos de governação de José Eduardo dos Santos.

 

• Os manifestantes foram abordados por homens trajados a civil, todos com compleição física assinalável, que investiram contra os jovens. A Polícia, que entretanto juntou também a corporação canina, entreviu com todo seu aparato e efectuou dezenas de prisões, tendo sido coadjuvada no acto pelo grupo de civis que inicialmente investiu os jovens, tendo-se comprovado fazerem parte da Segurança do Estado!


• Foram detidos 21 jovens manifestantes. 
  
Dia 6/09/2011, terça-feira

 

• Adiado o julgamento que tinha sido previsto para esta data, segundo o Juiz devido à falta de condições dos réus (os mesmos apresentaram-se ensanguentados e com roupas rasgadas com sinais de maus tratos).

Dia 08/09/2011, Quinta-feira


• Inicia o julgamento de 21 manifestantes.
  

• Concentração de centenas de jovens no largo Serpa Pinto, junto ao Tribunal da Policia de Luanda, em solidariedade aos jovens detidos no sábado dia 3/09/2011.

 

• A polícia apareceu armada e com cães que foram soltos e atacaram alguns manifestantes. Acto contínuo, a polícia começou a perseguir as pessoas, tendo sido detidas 15, entre os quais alguns manifestantes, cidadãos que se inteiravam do que se passava, o Secretário-geral da JURA e outros Membros da Direcção desta Organização Juvenil, também um grupo de jovens do Bloco Democrático. No mesmo dia em frente a Embaixada dos Estados Unidos da América (EUA), também foram detidos mais manifestantes e familiares que se dirigiam à aquela Representação Diplomática com um Documento, com objectivo de o apresentarem aos funcionários Seniores da Embaixada.

 

• No total são cerca de 40 pessoas detidas, entre eles manifestantes e cidadãos que simplesmente procuravam inteirar-se do que se estava a passar.