Malanje - O Hospital Dia de Malanje está há dois meses sem meios gastáveis para efectuar testes de HIV/SIDA. A unidade hospitalar tem apenas dois médicos angolanos especializados, a maioria é espatriado de origem cubana que está em fim de missão o que vai reduzir o atendimento dos mais de mil pacientes, anunciou esta segunda-feira em Mlanje, o coordenador Júlio Borges Sequesseque.

 

* Isaías Soares
Fonte: VOA

“Nesse momento estamos a debater-nos com falta de tubos para a prepararação dos reagentes e também para apoio laboratorial para o controlo de CD4, estamos há mais de dois meses quase que não se fazem os testes e os nosso pacientes novos e outros, que realmente precisam de fazer o controlo nesse momento não é possível. Já recorri ao instituto se me apoiava já que nós não temos suporte nenhum de comprar esses meios de apoio laboratorial, mas o instituto também ainda não me respondeu, é uma dificuldade.


Outra dificuldade carecerá também nos quadros, nós há uns três anos para cá preparámos uns médicos que são  de cooperação cubana e, esses médicos estão no fim, vão se embora e não temos também suporte nesta área. Os médicos nacionais que nós temos estamos a trabalhar apenas só com dois e um grupo de enfermeiros já preparados nessa área.


O programa provincial de combate ao HIV/SIDA que efectuou no primeiro semestre deste ano 12.212 testes, com 289 casos positivos, dos quais 57 mulheres grávidas carece de dinheiro para a sua sustentabilidade.


As mães e crianças seropositivas não beneficiam da cesta básica, às vezes tem existido algum apoio do Minars e desde o princípio do ano a situação deteriorou.


“Então, nessa altura as crianças safam-se, vão lá, dão lei. Dão leite mesmo aqui e destribuímos na medida que as mães vão nascendo, passam por aqui e levam o leite quando acabar vai no Minar (Ministério da Assistência e Reinserção Social), não tem, desde o princípio do ano que o Minars não tem uma lata de leite Nan como é que fica se nós não temos orçamentos.


Os carros não podem andar sem combustível, não podem andar só assim sem manutenção. O carro precisa de assistência para poder aguentar, aliás, é um bem que tem que ser poupado, tem que ser dirigido, tem que ser acompanhado e dar a motorista com cabeça, tronco e membros que não estragam os carros.


Acho que eu mesmo próprio sei quando gasto tiro dos meus salários para comprar pneus para o meu carro para andar, porque eu preciso ir aos municípios, todos os meses tenho que ir aos cinco municípios com o programa”.


O mesmo está implantado na capital de Malanje, Cacuso, Calandula, Quela, Caculama e Cangandala. Duas clínicas móveis funcionam aqui em Malanje, outra em Cacuso, enquanto que a quarta foi entregue avariada e nunca andou desde que saio de Luanda.


Júlio Borges Sequesse afirmou que em 2010, dos 15.119 testes realizados no primeiro semestre, 162 mulheres grávidas foram confirmadas como seropositivas e 14 crianças, destas apenas seis fazem a teurapia anti-retrovial.

 

No igual período de 2011 o programa notificou seis novos casos de crianças infectadas e só iniciam com o tratamento nos próximos meses, nove meses depois do nascimento.


Na província de Malanje centenas de crianças nascidas de mães seropositivas estão expostas ao risco, como se não bastasse às progenitoras voltam a se engravidarem.