Cazengo - A administradora municipal do Cazengo, Edviges de Jesus Ribeiro, está “engasgada” com o elevado índice de ocupação ilegal de parcelas de terrenos na cidade capital do Kwanza Norte e seus arredores.

 
Fonte: Club-k.net 
 
Edviges Ribeiro admitiu ter já em carteira a adopção de algumas medidas no sentido de contrapor o fenómeno da ocupação ilegal de terrenos consignados para efeitos de construção, sem a prévia autorização do executivo daquele município.

 
Em depoimentos recentemente à emissora pública local, a administradora municipal de Cazengo, apareceu desassossegada devido ao aumento de construções desordenadas naquela cidade que durante o tempo colonial era a então vila Salazar, segundo ela, a maioria das quais construídas sem a autorização da administração estão a ser erguidas nas zonas abrangidas como reservas fundiárias do Estado.

 
Aquela servidora pública alegou as áreas do perímetro pertencente à Missão Católica e a da localidade do Tenga como as mais afectadas pelas ocupações ilegais.  Portanto, a área de fiscalização da administração sob sua jurisdição, procedeu as demolições de algumas residências na zona do antigo cemitério do Tenga.

 
“Nenhum cidadão está autorizado a ocupar ou vender terrenos destinados a construção de residências sem a prévia autorização da administração municipal”, vangloriou-se a responsável.

 
 “Os cidadãos interessados em erguer uma residência deverão remeter um requerimento a administração municipal e aguardar pelo deferimento, defendendo ainda que a administração encontra-se engajada na localização de parcelas a serem distribuídas aos cidadãos no âmbito do programa de auto-construção dirigida” garantiu a titular.

 
 “Enquanto o governo provincial e a administração não estabelecerem o uso e aproveitamento que deverá ser dada as referidas áreas ninguém está autorizado a ocupar qualquer parcela nos referidos espaços para efeitos de construção”, referiu a mesma.

 
Edviges de Jesus Ribeiro ameaçou aqueles munícipes que insistirem ocupar terrenos de forma arruaceira ou construírem sem a prévia autorização poderão ver as suas residências destruídas pelo “bulldozer”, o também conhecido “martelo demolidor” da administração sob seu comando e não se responsabilizará de qualquer dano resultante da tal prática.

 
Entretanto, este portal, soube de fonte fidedigna que a zona do Tenga, está sob vista grossa do executivo local, devido aos compromissos contraídos com o empresariado da arena nacional, como por exemplo, a seguradora AAA, a EMOSGESTIM, dentre outras.

 
Uma das senhoras cujo nome preferimos ocultar para evitar represálias do regime local, que viu a sua residência demolida, disse que “o meu esposo comprou este terreno a um sargento das FAA pertencente a brigada de desminagem localizada aqui no Tenga e ele deu-nos a declaração de compra e venda e até nos assegurou que esta área toda sinalizada com estes paus pintados a vermelho, foi atribuída aos elementos do exército que fazem serviço de desactivação de minas e outros engenhos explosivos neste local, agora hoje a administração vem e destrói o que é nosso, é um grande pecado, desde 2009 que requeremos parcela de terreno aos tais donos dos terras aqui na província até agora nada vemos – nem água vem, nem água vai – assim então é como”, interrogou irritadamente, balbuciando que “estão ali a dar terrenos bem longe na Kirima do meio mas também só em seus conhecidos engraxadores que pensam que o sonho de ter a casa própria é só para eles, próximo ano vão precisar dos nossos votos”.

 
Outro interlocutor que também reservamos nome aguarda desde Setembro de 2007, um deferimento para construção da sua casa própria de carácter definitiva num dos bairros daquela mesma cidade, viu das declarações da Edviges de Jesus Ribeiro, como baboseiras. “A administração encontra-se engajada na localização de parcelas a serem distribuídas aos cidadãos no âmbito do programa de autoconstrução dirigida. Estão ali os chineses construírem em lugares não apropriados no Tala-hadi, na rua direita Luanda-Malange, no Bairro Azul, junto ao antigo mercado com o mesmo nome, e tantos outros lugares não saiu nada”, exemplificou, rematando “será que sou da UNITA? Já que os compatriotas daquele partido são bloqueados pelo regime em muitas circunstancias?”.