Paris - Através de um comunicado de imprensa, Nzita Tiago, líder da resistência cabindesa, negou ter participado numa «conferência de reconciliação de Cabinda» em Gaberone no Botsuana. O secretariado de Nzita Tiago afirma ter recebido por correio electrónico uma cópia de um discurso, supostamente pronunciado pelo Presidente da FLEC a 08 de Setembro durante a «II Conferência de reconciliação de Cabinda» em Gaberone no Botsuana, rejeitando categoricamente a veracidade de tal documento assim como a deslocação do líder da resistência a este país africano.


Fonte: Ibinda

 

ImageNo mesmo comunicado a FLEC atribui a autoria do «falso documento» a Bento Bembe, Ministro Sem Pasta, membro dissidente da resistência, que teriam como objectivo a «desinformação e destabilização do povo de Cabinda» veiculando a mensagem que Nzita Tiago teria cessado os combates, ordenado que «os combatentes baixassem as armas», solicitado aos refugiados que regressassem a Cabinda, e que aceitaria autoridade do Governo angolano em Cabinda. «Todas estas informações foram inventadas e totalmente falsas», avança o mesmo documento.

 

A FLEC alerta também a FIFA e a Federação Africana de Futebol para a situação «catastrófica que se vive em Cabinda, assim como para as centenas de assassinatos de que as forças armadas angolanas são responsáveis» as quais acusa de pretenderem fazer uma «limpeza étnica» em Cabinda a fim que O Campeonato Africano das Nações, CAN, decorra num espírito de «paz fabricada».

 

Nzita Tiago, 82 anos, líder da resistência cabindesa exilado em França há mais de vinte anos, continua a ser uma das figuras incontornáveis para a resolução pacífica do problema de Cabinda. Vitima frequente de rumores que anunciam a sua morte prematura ou que supostamente participara em «conferências» e reuniões com delegações do Governo angolano, Nzita Tiago insiste que pretende estabelecer «encontros sérios» com Angola a fim de encontrar uma solução pacífica para Cabinda. O Presidente da FLEC alega que as últimas correspondências dirigidas ao Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, com o objectivo da busca da paz em Cabinda, nunca tiveram qualquer resposta.