Luanda - As rixas internas que provocaram morte à pancada de um ancião num congresso partidário, quase que passou despercebido no seio da sociedade angolana. Porém, foi um sinal que há indubitavelmente um doente, e está nos cuidados intensivos a “intolerância política interna-partidária”.

Fonte: Club-k.net

Quando o chefe discursou sobre a intolerância politica, os companheiros da ocasião fechados na “brisa do ar condicionado e na vida boémia” aplaudiram com à boca, palavras orientadoras e as estratégias camufladas para debater/combater o fenómeno da opção política diferente ou da rejeição dos argumentos alheios.

O discurso foi esquartejado ao ponto de apresentar provas irrefutáveis, todos foram unanimes, é urgente acabar com isso.

A “intolerância política internamente partidária” parece ser mais transversal. Pois, que, está em permanente metamorfose no seio dos ditos partidos políticos em todos os níveis.

Quando se discutem o fenómeno da intolerância política, tendencialmente analisam-se apenas os comportamentos de militantes de partidos políticos diferentes. Contudo, o mais grave, e que ninguém ousa abrir à boca, é a intolerância política entre militantes dos mesmos partidos políticos. Combatem-se destemidamente, não obstante comungarem supostamente o mesmo “idealismo”.

Nesta guerra de intolerância, ela é mais fugaz e catastrófica porque todos os meios servem para derrubar ou aniquilar os opositores internos. A arma é o vale tudo, desde consultor tradicional, cartas-queixas-caluniosas-provocadoras-comprometedoras ao ódio visceral pessoal. Porquanto, muitas vezes é uma luta silenciosa e mortífera!

A classe dos intolerantes internos discursa lindamente sobre democracia, direitos humanos e exige dos outros o que eles jamais farão aos seus companheiros de trincheiras.

Este problema deve ser discutido e debatido. Pois, se continuarmos a ter partidos políticos “democráticos-anti-democráticos” a sociedade se contaminará.Os partidos políticos não são os únicos pilares da aceitação na diferença. Mas têm um grande papel a desempenhar na nossa realidade histórica-presente.

 

Muitos militantes sobrevivem na vida política activa apoiando incondicionalmente o chefe, até defendem o absurdo! Apesar de saberem que a “liderança” é a mais cruel e abominável do mundo! “A cegueira, cega-os estranhamente”! Pois, há casos evidentes que arrepiam!

Há nos partidos políticos alguns transportadores que farejam pensamentos e opiniões de outros para levarem à liderança, muitas vezes distorcidas e descontextualizadas. Por isso, há quem prefira calar-se ou desfazer-se desses amigos da palavra fácil.

É necessário combater esta doença internamente do que fingir que ela só arder  fora da cama . Portanto, não é somente a casa do vizinho que está em chamas…

Domingos Chipilica Eduardo