Huambo - 1.CRIAÇÃO DA RÁDIO ECLÉSIA

A Rádio Eclésia, é uma emissora pertencente a Igreja Católica sob tutela superior da CEAST-Conferência Episcopal de Angola e São-Tomé conforme com a Lei angolana (nº 1 e 3 do Art. 24º da Lei nº7/06 de 15 de Maio-Lei de Imprensa).

Fonte: Club-k.net

A Rádio Eclésia foi criada pela Igreja Católica aos 08.12.1954. Mas a sua dinâmica em difundir com mais horas do que qualquer outra rádio em Angola, remonta há 1964. Até 1969 era a única rádio que emitia 24 horas em toda a Lusofonia africana. O que lhe configurava num nível cimeiro da comunicação social na altura.

 

O seu objectivo é imanente e transcendente. Seria o contrário mas tem que ser assim: IMANENTE: “a Rádio Ecclésia tem um compromisso concreto com o homem na sociedade – levá-lo a tomar consciência da sua situação e empenhar-se para libertar-se de qualquer tipo de ESCRAVIDÃO e promover a completa liberdade e dignidade de todas as pessoas, sem descriminação. É um órgão de informação que interessa pela verdade e pela construção de uma paz verdadeira, sem tabus e pelo direito e igualdade no género, reafirmando a educação da nova geração de Angolanos e o desarmamento das mentes, zelando pelos valores cristãos.” Consta assim do seu objectivo personalista. A Rádio Eclésia é um instrumento TRANSCENDENTE: depois de a Rádio Ecclésia libertar o homem da escravatura carnal EVANGELIZA-O para, livre, consciente, comprometido com a verdade, agente da pastoral, então irá buscar seu Deus como fim último….em suma a rádio eclésia liberta o homem e a mulher de seus problemas do dia-a-dia e depois liberta sua alma da escravatura do pecado e envia-o para o Deus Todo-Poderoso por meio do Evangelho. Como se vê a Rádio Eclésia tem um Pacto com Deus da Verdade e não com Diabo, proprietário único da Terra do Pecado.

2.PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA CATOLICA PELO MPLA, PROIBIÇÃO DA RÁDIO ECLÉSIA E CONFISCO DE SEUS BENS.

Terminada a época colonial, o Dr. António Agostinho Neto proclamou a Independência nominal de Angola e instaurou a ideologia política denominada DITADURA DO PROLETÁRIO ou seja, o Marxismo inspirado na corrente filosófica do Carl Marx e o Leninismo inspirado na URSS de Vladimir Lénine que fora o padroeiro da DITADURA DO PROLETÁRIA ANGOLANA que é a linha ideológica do MPLA até aos dias de hoje, embora dissimulada no nevoeiro de uma democracia tutelar, próxima da ditadura efectiva.

Assim, S. Excelência o Dr. António Agostinho Neto, mal se apossou do Poder, empenhou-se com toda a sua força anímica a perseguir tudo e todos e não poupou, nesta altura, a Igreja Católica. Exarou o Decreto n° 5/78, de 24 de Janeiro, que confiscou a Rádio Ecclésia, suas emissões extintas, seus funcionários diabolizados considerados agentes da CIA e do Imperialismo, considerados reaccionários e inimigos da Revolução ou seja da Ditadura do Proletário. Assim, desencadeou-se em Angola com o Decreto Presidencial aludido atrás, a perseguições sem trégua: As missões foram confiscadas, os seus grandiosos templos foram transformados em quartéis militares e que os sinos tilintavam sonoros para formaturas militares e não mais para missas solenes; os altares e seus ícones sagrados foram profanados e entre escárnios e vilipêndios foram considerados “ópio do povo” pela Ditadura do Proletário.

Os bens da Igreja foram pilhados, as missões e paróquias destruídas intencionalmente e até hoje não foram nem indemnizadas nem reabilitadas pelo MPLA que os destruiu e a Igreja ficou materialmente pobre dificultando ainda mais a difusão do Evangelho;

Os padres foram perseguidos e uns tantos foram mortos, as madres foram perseguidas umas violadas sexualmente por tropas do regime pós- independência e outras madres conheceram as masmorras; os catequistas e evangelistas foram forçados a pegar em armas e ingressarem nas fileiras da ODP-Organização da Defesa Popular e mais tarde da BPV-Brigadas Populares de Vigilância.

Os Seminários foram, vezes sem contas, invadidos pelas FAPLA para efectuar rusgas para serviço militar obrigatório. Muitos Seminaristas com curso superior de Filosofia e curso superior de Teologia, que não se consagraram padres, ao saírem do Seminário tentando a vida social, o MPLA não reconhecia a formação da Igreja Católica e eram forçados a recomeçar na 9ª Classe ou seja um licenciado cujo diploma não é reconhecido oficialmente, tem que recomeçar na 9ª classe a estudar novamente com professores cubanos literalmente incompetentes e cientificamente impreparados mas politicamente espiões mercenários.

3.RECONCILIAÇÃO DO MPLA COM A IGREJA CATOLICA E REABERTURA DA RÁDIO ECLÉSIA

Com a queda do Morro de Berlim, a desintegração da URSS, o MPLA começou a pressentir que um dia Angola irá aderir à Democracia em que o poder será endossado não mais pelas armas e dinheiro mas pelo voto popular. Como se antecipando no final da década de 1980, o Presidente José Eduardo dos Santos, entendeu que os católicos representam mais ou menos 50% da população total de Angola. Conquistando o seu voto é uma vitória garantida. Antes da assinatura dos primeiros acordos de Paz em Angola, que permitiu a entrada da Democracia (tutelar) o Presidente foi obrigado a se reconciliar com a Igreja Católica. Foi ai que surgiu a ideia de convidar o Santo Padre, o Papa João Paulo II a vir a Angola, e por este meio passar-se-ia a mensagem de uma piedade nimbada no catolicismo, de todo o Governo angolano como se então o catolicismo fosse a religião oficial do Estado. Dessa “reconciliação” como um pacto, o MPLA prometeu a Igreja Católica que iria devolver todo o património roubado à Igreja, reabilitariam as escolas católicas, as paróquias destruídas pela guerra e as missões e os conventos das madres. Ainda o MPLA prometeu que devolveria a RÁDIO ECCLÉSIA e cujo sinal seria espalhado por todos os azimutes do País. Ledo engano, porque a conta-gotas coisas mesquinhas foram sendo feitas a favor da Igreja. Mas a maioria esmagadora dos bens e património roubado até hoje é cínica e despudoradamente é usado pela Ditadura do Proletário ou seja o Poder Popular instalado…

Assim, em 1997 na sequência daquela pequena paz e a formação do GURN-Governo de Unidade e Reconciliação Nacional, os Bispos Católicos, proprietários da Rádio Ecclésia mobilizaram dinheiros, salvo melhor opinião, incluiu apoio financeiro dos países europeus e meios sofisticados para modernizar as rádios eclésias nas 18 províncias foram comprados, antenas montadas e estúdios alguns já estavam na fase de experimentação (Huambo e etc) hoje alguns meios de rádios foram devolvidos a Luanda e outros estão a apodrecer nas Dioceses e arquidioceses simplesmente porque o Governo do MPLA não autoriza aos Bispos que o Evangelho libertador seja transmitido aos angolanos de 164 municípios e 557 comunas e aldeias por meio da Rádio Eclésia. Os jornalistas bem treinados pela Igreja Católica nestas províncias foram cooptados porque suas rádios não foram ao ar, e o sonho da Igreja católica de ver sua rádio no ar do País está refém do capricho da Ditadura do Proletário. E uma única emissora está confinada a Luanda e só esta não faz a comunicação social. Apenas uma rádio provinciana.

4- VISITAS PAPAIS A ANGOLA, A EUROPA E RÁDIO ECCLÉSIA

A Sede da Igreja Católica não é Luanda. Mas sim Vaticano geograficamente confinado no interior de Roma, na Itália, país da União Europeia. Os dois Papas que historicamente visitaram Angola (1992 e 2009) João Paulo II e Bento XVI respectivamente voaram da Europa sua terra natal e pastoral para Angola. O primeiro é Polaco ou seja da Polónia e o segundo é Alemão portanto países da União Europeia. Em ambas visitas, os Bispos renovaram informação de que o Governo Angolano continua impedindo politica e ideologicamente a liberdade de imprensa por meio da Ditadura do Proletário, que não admite o plural, a liberdade, a democracia e sobretudo a paz social. O Governo prometeu em ambas as visitas papais que em troca dos votos católicos em eleições, acrescidos de alguns dinheiritos direccionados a certos elementos da igreja ao serviço da política activa, a Rádio Eclésia iria ser ouvida em 18 províncias, em 164 municípios e em 557 comunas se, absolutamente, os Bispos todos dançassem a música do Regime Angolano e que 24/24 a Rádio Eclésia se dedicasse apenas a transmitir a Ladainha e o Terço (que Deus me perdoe pelo tom).

A Igreja é coerente e o Governo não aceita a liberdade que não implica subserviência ou implantação da cultura súbdita.

Em 2011 em gesto de protesto os leigos católicos realizaram em Angola uma recolha de assinaturas para exigir a expansão do sinal da Rádio Eclésia em todo o País. Até 2012 mais de 50 mil assinaturas foram recolhidas e que seriam submetidas aos órgãos do regime para tentar a sorte. Até aqui nem água vai nem água vem. Para o cinismo típico do regime angolano, a Rádio Mais caiu de para-queda e é ouvida em muitas províncias, até o Huambo! (Art.º 23 da Constituição da República, ferindo de morte o principio de igualdade).

Muitos doadores financiaram, por meio de concurso de subvenções a Rádio Eclésia. Pessoalmente fui visitante assíduo nos famosíssimos programas “Sociedade Aberta” e “ Justiça e Paz” que eram apoiados por vários doadores de origem europeia e americana. Programas com brilhantíssima audiência que pela obra do Sr Quintino Candange estes programas foram vilmente censurados e encerrados (Missão Cumprida)!!! Na sequência da morte inexplicável do Director da Rádio Eclésia substituiu o actual Director S. Excelência Senhor Quintino Candange. O papel do ilustre Senhor Quintino Candange na Rádio Eclésia tem sido espectacularmente magnifico pela censura das pessoas, dos programas e das notícias traduzidos numa veloz depuração da Rádio e sepultando desta forma a missão da emissora. Assistindo à fuga de quadros e os despedimentos absurdos revelando falta de estratégia, de visão de sonhos mas é pura ilusão, a missão é mesmo esta: esvaziar a rádio de seus objectivos básicos e primários que a liberdade, a paz e conscientização do povo de Deus sobre o valor da verdade. A Rádio Eclésia toma atitudes que violam mortalmente o preceituado na própria liberdade de imprensa num Estado de Direito Democrático (nº2 do Art.º 5º e o nº 2 do Art.º 6º todos da Lei 7/06 de 15 de Maio- Lei de Imprensa)

  1. UNIÃO EUROPEIA, GOVERNO ANGOLANO E ACTORES DA SOCIEDADE CIVIL

O Governo Angolano, desde a Independência (1975) buscou sempre seus apoios na Europa quer por imperativos da Colonização quer pela aprendizagem da própria Governação Pós-Colonial. O Governo angolano tem vários (múltiplos acordos de financiamentos e trocas comerciais donde regra geral Angola vende matérias-primas e em troca recebe bens industriais diversos). Depois dos supérfluos bilhões da China Angola caiu numa crise sem precedente e o grito de socorro ecoou na Europa. O FMI uma Instituição liderada maioritariamente pelos executivos europeus, será o “colete salva-vidas de Angola” a não ser que este almejado empréstimo venha a ser também devolvida depois de 24 meses por se suspeitar ser de corrupção e desestabilização.

 

Das dívidas externas actuais de Angola, a volta de 48 bilhões senão mesmo 50 Bi, para além obviamente da China, a Europa maioritariamente Países da União Europeia são os principais credores de Angola e também os maiores fornecedores de bens.

 

Angola faz parte dos Países ACP-Africa Caraíbas e Pacíficos que são partes do Acordo de Cotonou, onde para além da cooperação económica entre a União Europeia e os países ACP, capta também os aspectos não económicos, tais como o diálogo político e o envolvimento de actores não estatais. Actualmente, a cooperação política é uma componente fundamental do Acordo de Cotonou. Assim, Angola tem vários canais de acesso aos dinheiros da União Europeia aos milhões. Angola sobrevive das dívidas e não se pode arrogar soberano economicamente falando e a crise veio mostrar exactamente isto. Vive com a mão estendida pedindo, pedindo e pedindo cada vez mais.

 

 

De acordo com o Comunicado da Delegação da União Europeia em Angola, vimos dar nossa contribuição para repudiar a postura de um Director de uma Rádio que se desejava democrática. Sentimos—nos como membros da sociedade civil que pugna noite e dia na busca de espaços democráticos no País e também Católicos convictos das virtudes cristãs que são também as “raízes da democracia” que até a União Europeia descende da “Republica Christiana” do pouco que sabemos da A União Europeia, ela não distribui dinheiros por meios obscuros como acontece com o Regime Angolano na compra de consciência e no favoritismo, nepotismo, corrupção ou ainda financiamento de sofrimento do povo.

Anualmente a União Europeia lança concursos públicos de subvenção em muitas áreas. As mais conhecidas são duas: INSTRUMENTO EUROPEU PARA DEMOCRACIA E DIREITOS HUMANOS e o outro é PROGRAMA DE APOIO AOS ACTORES NÃO-ESTATAIS. Estes dois instrumentos (e muitos outros) reforçam a capacidade de vários actores quer associações quer ONG’s quer até indivíduos singulares a melhorar a cidadania a sua relação com democracia bem como a monitoria dos Direitos Humanos. Encoraja a parceria com as instituições do Estado como reforço do poder local no caso dos CAC’s em Angola.

O Governo é beneficiário indirecto desses esforços porque se direcciona para vários sectores como formações, liberdades de expressão, segurança alimentar, educação etc. Os actores no caso vertente a Rádio Eclésia, se achando a altura participou do concurso público de subvenção por meio de apresentação VOLUNTÁRIA de candidatura e elaborou a proposta de projecto. Submeteu a avaliação e num período não inferior a 3 meses conheceu o resultado favorável e no caso a proposta de projecto apresentado pela Rádio Eclésia foi aprovada pela União Europeia.

Depois desse período vem a fase II que é assinatura do Contrato conhecido, lido e entendido pela Radio Eclésia (pacta Sunt Servanda) se do contrato constasse o financiamento de um Golpe de Estado então a denuncia seria no mesmo dia antes da assinatura e muito antes de recebimento em conta bancária das transferências dos activos. Não! A Radio Eclésia assinou o Contrato de Subvenção por meio do qual se propôs a realizar os objectivos do contrato e que sua capacidade, conhecimento, competência, coerência com os valores da democracia constante no projecto que apresentou buscando financiamentos se mostrou capaz.

Depois de 24 meses fora INCAPAZ de prestar contas credíveis. Uma auditoria idónea dentro dos valores europeus da transparência assumida no Contrato pela Rádio Eclésia, acharam que do montante financiado a informação financeira credível não justificou aproximadamente 150 mil Euros. Por Contrato assinado pela Rádio Eclésia o dinheiro não justificado significa que não se usou para o objectivo ao qual tinha sido financiado e deve ser devolvido ao seu proprietário originário.

A Rádio Eclésia na pessoa do seu Director, o Senhor Quintino Candange, não estão acostumados a prestar contas com lisura como é cultura dos parceiros do regime angolano. Os dinheiros voam e são distribuídos como prendas de aniversários natalícios e não existe compromissos com a transparência, com a seriedade pior um pouco com resultados e impactos nas vidas do povo. A União Europeia é diferente do Poder Popular Angolano. Tem compromisso com a democracia, o bem social, a paz geral e sobretudo com a verdade. Assim, o Senhor Quintino Candange recorrendo à fábula das uvas: “ a raposa esfomeada encontrou uma árvore de uvas madurinhas e famélico lançou-se voluntariamente ao concurso público de tirar as uvas e matar sua fome, lutou até que não conseguiu alcançar o objectivo a que se propôs, com sua fome contemplou as uvas e ladrou: essas uvas são verdes não prestam para mim e vou-me embora”. O Director da Eclésia para ocultar seu indisfarçável compromisso em coarctar a liberdade de imprensa e de expressão para homenagear a ditadura do proletário, lançou-se vergonhosamente a União Europeia depois de assinar contrato (pacta sunt servanda) depois de estar dois anos inteiros em silêncio com dinheiro alheio. Se estes fundos viessem de um Banco Credível e no interesse lucrativo que não é o caso das subvenções da União Europeia, o Banco iria penhorar a tal Radio Ecclésia mas em Angola isto não existe. Da Escola da Ditadura do Proletário aprende-se uma “fanfarrona vergonhosa” que o Director da Ecclésia usou e deita ignomínia sobre toda a Igreja Católica ao se apropriar do discurso barato, vulgar, pecaminoso, chantagista, escapatório, ilícito e acima de tudo sem ética e totalmente imoral: a UE estava a financiar “órgãos de comunicação social em Angola com vista a derrubar o governo” e que, por isso, havia devolvido “EUR 149 mil à União Europeia por a Rádio Ecclesia não concordar com essa posição”. Se tivesse os rudimentos mínimos de ética nem chegaria a apresentar a proposta de financiamento; se passasse dessa fase, nem sequer assinaria o contrato de subvenção depois de ler e identificar nele a tal intenção. Se fosse minimamente sábio não esperaria o relatório da auditoria credível para depois devolver o dinheiro…e tanto tempo com dinheiro alheio, porquê?

Finalmente, nós encorajamos a União Europeia a ter paciência, os frutos da democracia beneficiam a todos. O princípio é de que “todo um Governo que é cruel com seu próprio povo é uma ameaça global, porque um dia irá ferir os vizinhos e depois o mundo”. Os angolanos do bem, que não acreditam no conto de fada de Golpes de Estados do Sr. Quintino Candange e fazendo-o lembrar que a Igreja Católica não é propriedade de alguma pessoa física mas sim património celestial entregue aos cristãos por intermédio do baptismo e compromisso (CREDO) e ir distribuindo as virtudes por meio do Evangelho. A Rádio Eclésia é um meio colectivo para o bem. Os Bispos precisam urgentemente reflectir, o erro que está na gestão subversiva da Rádio Eclésia que tinha sido criada para o Bem quando ainda este Governo não existia. A posição do Director da Eclésia é uma mancha lamentável ao bom nome da Igreja Católica e uma revelação clara de uma crise de identidade católica e também uma crise de recursos humanos para elevar a qualidade dos projectos sociais da Igreja Católica em ganhar as almas para Cristo.

Ao senhor Quintino Candange recomendo uma introspecção profunda e auto-avaliação; está claro que se encontra num lugar errado. Eu sugeriria num comité de especialidade ou numa esquadra policial ou então nas hostes de serviços secretos. Porque é naqueles lugares onde este tipo de escândalo tem acolhimento. Na nossa Igreja Católica exigimos a piedade, a moral, a ética, a verdade e banimos sintomas de roubo e depois subterfúgios inúteis e vergonhosos!

6-UMA RECOMENDAÇÃO A UNIÃO EUROPEIA:

Tome nota da atitude de parceiros chantagistas mas tomem nota ainda mais do Ministério de Relações Exteriores de Angola que tem sido a mão mais estendida a pedir ajuda externa. Definitivamente a União Europeia em apreço e a comunidade internacional por extensão, devem entender que apoiar uma ditadura é de facto um desperdício de recursos, inteligência e de prestígio. As ditaduras são preconceituosas, sem decoro, sem ética e acima de tudo ingratas; este é o caso de Angola, vivendo de esmolas das ajudas e dívidas externas mas insistindo numa ingratidão contumaz e obviamente, persona non grata.

A União Europeia deve deixar de ser paternalista para com Angola: “ninguém em sã consciência aposta num cavalo que não corre”. E, o Governo ingrato deve caminhar com os seus próprios pés mesmo que o caminho termine em abismo como se vive actualmente.

E, finalmente, a União Europeia deve reavaliar todos os acordos e termos de cooperação com Angola e se possível suspender ou mesmo cancelar todos os acordos de cooperação (a norma da reciprocidade) quem mais fica prejudicado é Angola que tem pouco ou nada de moeda de troca com a União Europeia.

A União Europeia em apreço e a comunidade internacional, não se devem intimidar pelos alaridos de um mau prestador de serviço público.

7-RECAPITULANDO A SITUAÇÃO ACTUAL DE ANGOLA

Milhares de angolanos morrem todos os dias de fome, de malária, de febre-amarela, de SIDA, de perseguições políticas, de ditadura; a corrupção tem permitido vidas angolanas se perderem dia-após-dia. Todos esses males foram recentemente denunciados pela CEAST. Os activistas e defensores de Direitos Humanos (NÓS) têm se desdobrado aflitos a proteger os direitos humanos em Angola como forma de garantir a paz social para o povo angolano que morre da forma hedionda e inaceitável, caindo em pobreza abjecta devido aos dinheiros públicos sobretudo do petróleo roubados pelos agentes do Estado: isto sim, é desestabilização e Auto-derrube do Governo e depois buscar o culpado, o bode expiatório na comunidade internacional que mais ingloriamente ajuda Angola a se manter de pé.

Denunciamos a crueldade e desumanismo do Governo angolano que encontra prazer na violação cruel dos Direitos básicos das pessoas em Angola. Contra todos os nossos esforços para instaurar em Angola recursos mínimos de hospitalidade porque se tem tornado num lugar INÓSPITA e PERIGOSÍSSIMO DE SE VIVER lá vem o “Operativo” Quintino Candange, a lutar contra os valores defendidos pela CEAST. Lá vem o “Operativo” Quintino Candange a lutar contra as virtudes católicas plasmadas em todas as encíclicas papais. Lá vem o “Operativo” Quintino Candange a manifestar um discurso que é contra-senso na Igreja Católica e não vincula a doutrina nem a moral da Igreja mas pode vincular seus cúmplices e correligionários políticos mesmo vergando túnicas brancas como “verniz na unha”.

O Governo Angolano não se daria ao luxo de desprezar as ajudas externas porque é disto que vive, pelo menos para financiar suas longas e luxuosas férias no estrangeiro sobretudo nos Países da União Europeia, enquanto o povo é morto pelos mosquitos e águas não tratadas…com volumosos créditos estrangeiros sobretudo vindos dos Países da União Europeia, devido a corrupção endémica não se consegue curar paludismo, malária ao povo angolano, não se consegue fornecer água potável ao povo, não se consegue aliviar o fardo da pobreza criada pela falta de transparência. A inflação galopante, os bancos atormentam os clientes pobres quando a oligarquias que açambarcou o BESA anda por aí livres e felizes: a bancarrota é imparável enquanto as prateleiras das lojas e os balcões das padarias estão às moscas, sem divisas para um País essencialmente importador de tudo, até papel higiénico está a faltar no País. Ainda há preconceito de derrubar governo e ou financiar para desestabilizar e criar alternâncias”!? oh, então numa Democracia, num Estado de Direito a alternância democrática é crime?! No quadro que se vive actualmente a alternância política é natural e urgentíssima! Tem que se trabalhar arduamente para isto para se salvar o povo e a Nação. Não nos devemos dar ao luxo de fechar os olhos, os ouvidos e o coração diante dos gritos lancinantes do povo indefeso.

Mas a Rádio Eclésia seria pequenina e mesquinha demais para ser suficiente para se desestabilizar ou derrubar um Governo. Desestabilizar um País e derrubar o Governo Com Rádio? E ainda só está numa Província que é Luanda? Em Angola é possível; se tivermos em conta que 17 jovens foram presos e acusados de Golpe de Estado com o simples facto de terem lido um livro. Também em Angola é possível a potência militar regional ser derrotado pelos adolescentes que protestam contra a pobreza e são milhares de vezes torturados, presos, vituperados e muitas vezes mortos a tiros nas esquinas aos atirados aos jacarés famintos em rios onde não sai água potável para o povo.

Assim, o Agente Quintino Candange encontrou o pretexto mais barato para fugir a responsabilidade contratual de prestar as contas do que deve. E chamar a solidariedade policial e marcial do Governo como em regra o MIREX já uivou imprudente, precipitado e Insensato contra a União Europeia quando se sabe que o director da Rádio Eclésia discursou infeliz como fuga de responsabilidade contratual e “hoje”, “amanhã” e “sempre” o Governo insólito sem vergonha irá na União Europeia pedir ajudas!

Afinal as alternâncias de poder político acontecem como imperativos de democracia. E só numa ditadura que se prepara para sucessão dinástica e por isso têm medo das alternâncias democráticas que no caso angolano chegarão na mesma, mais tarde ou mais cedo. Connosco ou depois de nós esse momento chegará…

Quanto ao Director da Rádio Ecclésia, o agente Quintino Candange, ele levantou de forma infeliz, vergonhosa e covarde a bandeira da demagogia e populismo próprio da Ditadura do Proletário para não prestar contas e manifestou competência, falta de senso, falta de habilidades e falta de decoro e lisura como manda as melhores regras de cooperação neste tipo de projecto. Então que seja mesmo perdoado por esta fraqueza emocional e desvio de atenção próprios dos “Operativos” angolanos nestes casos…e que de forma correcta deve ser forçado a honrar o compromisso assumido contratualmente e que devolva rapidamente o que não lhe pertence (pacta sunt servanda) ou seja rapidamente demitido pela CEAST e indique um verdadeiro e autêntico servidor dos Homens e de Deus que não é o caso dele. A nossa Rádio Eclésia precisa de mais ajudas externas para difundir o sinal em todo o País e levar a liberdade de expressão juntamente com Evangelho de Cristo aos confins da Terra Angolana. Deus quer assim e o povo assim também anseia!

Quanto a nós iremos lidar com vexame de uma Rádio Eclésia subvertida à causas não-democráticas e que o seu Director tem sabido representar bem o Governo autoritário, monolítico e preconceituoso, e que será por esta via condecorado com honras marxistas-leninistas mas não terá grande glória, como todos que assim jogaram nunca tiveram grandes e honrosas recompensas mas usados e abusados....

Assim, a União Europeia será como sempre foi, o recurso do Governo Angolano nos termos dos acordos e dos tratados internacionais porque o Governo angolano não sobrevive à sua própria custa, mas sim agarrado de forma cronica as ajudas externas e aos recursos naturais.

Por isso, mais do que ninguém, este Governo precisa do paternalismo muitas vezes cúmplice da comunidade internacional e dos dinheiros das instituições europeias como também sempre precisou das armas fabricadas na Europa para matar o seu próprio povo e os cassetetes fabricados na Europa para vergastar as zungueiras empobrecidas pela corrupção e também muitas vezes o dinheiro dos empréstimos estrangeiros como este que está por vir do FMI servem para financiar o sofrimento e a opressão do povo angolano. O Governo irá ainda comprar com dinheiro da Europa as bombas de gás lacrimogénios para oprimir o povo angolano e da Europa ainda o Governo irá comprar arrame farpado para vedar as prisões onde somos agrilhoados, torturados e mortos por exigirmos a liberdade do povo. Mas uma coisa é certa: iremos buscar noite e dia a liberdade de Angola e dos angolanos vivos ou mortos, porque este País é nosso e Deus Todo-Poderoso é nosso Pai Compassivo e cheio de Misericórdia do seu Povo!

Obrigado

POR: ANGELO KAPWATCHA