Luanda - A paz que espalhou – se hoje na atmosfera angolana, foi fruto de uma longa luta em prol da sua efectivação, transpondo sucessivas circunstâncias que colocavam o clima político residente em Angola numa perspectiva vertiginosa. Angola desde a era pós - independente até 2002, foi assujeitada por intensos conflitos armados, num ritmo quase imparável, assim, Angola, é o primeiro País de África em que a guerra mais tempo de percurso levou.

Fonte: Club-k.net

A guerra vivida em Angola, fazia cumprir uma longa marcha sob o olhar aterrado de interesses ocidentais, desde as venda de material bélico, até as plenas realizações ocidentais, fruto desta guerra colocou sob o alcance da riqueza desmedida muitos governos deste mundo, com efeito, alugavam o solo Angolano para torna – lo num palco de lutas e de medições de forças e de potência militar sob troca de recursos naturais.

 

Hoje, vêm seus sonhos frustrados, não conseguindo mais fazer de Angola o solo fértil para se colher os recursos lá existentes, como alternativa está o patrocínio dirigido a activistas disfarçados em cívicos, mas que no fundo são um magote de utentes à serviço dos interesses ocidentais.

 

A paz foi alcançada sob persistência, firmeza, sacrifício e entrega total aos interesses da Pátria, feito pela sua Excelência Sr.º Presidente da República Digníssimo Engenheiro José Eduardo dos Santos. Com a plena colaboração daqueles que puseram a disposição as suas próprias vidas em troca da paz. O país se via faminto da sua existência, atacado pela guerra por todos os lados, foi necessário uma vara divina carregada às mãos do Presidente Dos Santos, num gesto de missão impossível, equiparada a missão de Moisés à serviço da libertação do Povo Israelita das mãos do jugo Egípcio.

Do outro lado da história, está um homem de guerra, o Presidente do maior partido de oposição Sr. Dr. Jonas Malheiro Savimbi, a sua ambição desmedida levava – lhe a venda do País ao ocidente desde tempos mais idos, na época da luta pela independência quando assinava junto das Forças Colonias um pacto de interesses militares em troca do poder político. Herman Cohen, afirma que o Dr. Savimbi renunciou a chegada ao poder pela paz depois de ter perdido as eleições em 1992, desde esta época tornou – se inimigo primeiro da paz, em 1992 acusava haver uma fraude eleitoral que ele mesmo não sabia precisar, reivindicou um resultado eleitoral aceite pelas Nações Unidas e pelos Estados Unidos das Américas, razão mediante a qual, Angola somente saiu das mãos dos conflitos armados depois do mesmo ter conhecido o seu fim último em frente de combate em Moxico, cumprindo – se o adágio popular: «Onde tudo começa, tudo termina».

Nesta longa marcha, em 2008 os Angolanos foram as urnas e elegeram os seus lídimos dirigentes. O povo Angolano esteve cientes de que essas eleições se inseriam na longa tradição de luta pela conquista da sua cidadania e independência, proclamada no dia 11 de Novembro de 1975, data em que entrou em vigor a primeira Lei Constitucional da história de Angola, corajosamente preservada graças aos sacrifícios colectivos para defender a soberania nacional e a integridade territorial do país. Tendo recebido, por via da referida escolha popular e por força do disposto no artigo 158º da Lei Constitucional de 1992, o nobre e indeclinável mandato de proceder à elaboração e aprovação da Constituição da República de Angola; cônscios da grande importância e magna valia de que se reveste a feitura e adopção da lei primeira e fundamental do Estado e da sociedade angolana. 1

Desde logo, o povo angolano tem vindo a sacrificar um esforço titânico em busca de interesses que definem Angola como uma nação de valores fortes e de dignidade. Revestidos de uma cultura de tolerância e profundamente comprometidos com a reconciliação, a igualdade, a justiça e o desenvolvimento; decididos a construir uma sociedade fundada na equidade de oportunidades, no compromisso, na fraternidade e na unidade na diversidade; determinados a edificar, todos juntos, uma sociedade justa e de progresso que respeita a vida, a igualdade, a diversidade e a dignidade das pessoas. 1

Assim, invocando e rendendo preito à memória de todos os heróis e de cada um dos angolanos e das angolanas que perderam a vida na defesa da Pátria; fiéis aos mais altos anseios do povo angolano de estabilidade, dignidade, liberdade, desenvolvimento e edificação de um país moderno, próspero, inclusivo, democrático e socialmente justo; comprometidos com o legado para as futuras gerações e no exercício da nossa soberania. 1

Porém desde tempos remotos se observa um contraste na intenção Europeia no que concerne a Angola, não querendo ajudar, somente querendo atrapalhar e piorar as coisas, desde tempos da descolonização de Portugal à Angola notou – se uma péssimo gestão de conflitos na província ultramarina - Angola levada a cabo pelo governo dirigido pelo General António Sebastião Ribeiro de Spínola, que ascendera aos píncaros da orla política em Portugal a 25 de Abril de 1974 sob ímpecto de um golpe militar, permitindo – o assumir o cargo de representante do Movimento das Forças Armadas, recebendo do Presidente do Conselho de Ministros, Marcello Caetano, a rendição do Governo (que se refugiara no Quartel do Carmo).

 

O governo dirigido pelo colonialista António de Spínola, pôs em causa o processo de descolonização em Angola, resultando num fracasso em termos de entendimento entre as forças políticas angolanas, não obstante, trocavam de forma intensiva o fulgor da rivalidade, acabando em fortes contendas. Nesta época, seria o Governo Colonial a impor um processo de descolonização ordeiro, começando por constituir um governo de Unidade Nacional, eleger os representantes do povo através dos seus partidos políticos pelas urnas, e gerir a questão até a completa descolonização, tal quanto, o Governo Inglês procedeu nos países em que dirigia a colonização, porém, o que eles fizeram para Angola foi lança – la fora do olhar da paz, coloca – la a deus acuda, sem eira, nem beira.

 

Os angolanos, tiveram de se bater durante várias décadas, irmãos do mesmo sangue, matavam – se com a brisa do canhão, durante várias décadas Angola fechava os portões dos Hospitais e abria os Portões dos Cemitérios, fechava o fulgor da alegria e abria os olhos da tristeza, transformava os campos de cultivo em palco de combate, transformava os rios de água em vales de sangue derramado pelos seus filhos. De então, a paz fora sepultada na terra do exílio e do esquecimento.

Apesar da enorme fileira de tempestade ter assolada a angolanidade durante décadas, tendo o seu fim último sido pago com sangue e suor de muitos de nossos primeiros pais, muitos Europeus até hoje não entendem, o quanto o povo sofreu para que hoje fosse liberto das algemas da luta armada.

É neste prisma que Europeus que sempre fizeram de África o espaço geográfico para extrair riquezas, solicitam abrir as páginas da história e reviver o passado, agitar as águas turvas e colocar Angola em crise de instabilidade geopolítica, quanto o fizeram na Síria, no Egípto, na Líbia e na Tunísia. Os seus exemplos pintados a cor da desgraça são vividos na Síria, onde cada potência ocidental apresenta a sua nova descoberta em tecnologia militar, as suas novidades em termos de avanços tecno – militar, transformando Síria numa cobaia de uso laboratorial para experimento de armas nunca ainda usadas, até mesmo a experiência de tácticas militares e da tecnologia mais avançada de todos os tempos da aviação militar, encontraram espaço do seu teste na Síria, testagem de força e hegemonia militar, é absurdo o que se assiste ocorrer na Síria, um autêntico jogo de interesses ocidentais e não propriamente uma guerra como tal.

«Isso, não podemos aceitar que tenha de acontecer em Angola, senão, seremos forçados a voltar ao passado, a regressar na história, a conjugar novamente o verbo morrer em todos os tempos, a servir – se do barulho dos canhões e do cântico da metralhadora como música para a festa da desgraça».

Se a ideia da globalização imposta pelo ocidente, é tão antiga quanto a própria humanidade, o que a história tem por expressar, traduz – se num fenómeno cuja origem advém das guerras de conquista da antiguidade, e da idade média, evoluiu para o descobrir de novos horizontes, não obstante, permitindo desde logo, a manutenção de vastos impérios coloniais ocidentais, e hoje se transformou no factor decisivo para o domínio dos mercados, em quaisquer dos casos, outrora ao serviço de governos fortes, a seguir de estados fortes e, hoje, a serviço da combinação de estados fortes com corporações económicas fortíssimas, sempre tendo como relevo a lei do passado: “ O FORTE VENCENDO SERÁ SOBERANO”.

 

Por isso, o neo – liberalismo, que se constitui no alicerce da globalização actualmente, e que dita para os países emergentes, como Angola e outros, a ideia de um estado mínimo, incapaz e impotente para regulamentar, democraticamente, as relações sociais e económicas de seus povos e, destes com os demais, não passa de cortinas de fumaça para esconder e proteger novas formas de submissão colonialista daqueles que se dispunham a se tornarem Estados fracos, sociedades fracas, indivíduos fracos.

 

Mas, nós Angolanos, vítimas de um sofrimento caduco provindo de uma guerra longínqua cujo sabor ninguém pretende voltar a provar, jamais aceitaremos os desejos daqueles que somente querem agitar o país, instalar conflitos armados, subvertendo os órgãos de soberania para depois de tudo colocar os líderes a mercê dos seus interesses e pilhar as riquezas por cá existentes, tal quanto o praticam na Líbia.

O desejo do ocidente de fazer ressurgir em África o centro das ambições materiais como sempre foi, encontra – se preso no sustentáculo de revoluções populares, como é o caso da Primavera Árabe, no suporte material da média para o incitar de manifestações populares de grande vulto, tudo feito sob um olhar de autêntico interesse, soldado nos recursos materiais que por cá se encontram, assim, cumpre – se o legado do saudoso Presidente Dr. António Agostinho Neto: «Hoje África é como um corpo inerte, onde cada abutre vem debicar o seu pedaço».

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
Constituição da República de Angola [Internet]. 2010 [Acessado em: 06 de Maio de 2016]; disponível em:
http://www.comissaoconstitucional.ao/pdfs/constituicao-da-republica-de-angola.pdf.