Luanda - O candidato do MPLA à Presidente da República criticou hoje as forças políticas concorrentes às eleições gerais que para procuram "cativar" o voto dos angolanos na base da "falsidade", limitando-se a "pôr em baixo quem governa neste momento".

Fonte: Lusa

João Lourenço discursou hoje, mais de uma hora, na cidade do Dundo, capital da província angolana da Lunda Norte, no leste do país, para milhares de pessoas, a quem fez promessas de melhorias para os próximos anos de governação do partido, caso vença as eleições de 23 de agosto.

 

O vice-presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), candidato à sucessão de José Eduardo dos Santos na Presidência da República, admitiu que "quem governa não é perfeito, todos têm imperfeições e todos cometem erros", mas "não há necessidade de procurar cativar o voto na base da falsidade, da mentira".

 

"Uma das coisas é que este governo não fez nada, nós não temos aqui espaço para montar uma exposição fotográfica grande para mostrar como era o país em 2002 e como é hoje", lamentou João Lourenço, referindo-se aos investimentos feitos nos últimos quinze anos em estradas, caminhos de ferro, aeroportos, os meios de comunicação importantes, para ligar o leste do país ao resto de Angola.


"Em 15 anos, o executivo do MPLA fez muito mais do que muitos países que nunca conheceram a destruição que o nosso país conheceu, o nosso país foi bastante destruído, em apenas 15 anos fizemos o possível e impossível", disse ainda o político.

 

O dirigente do MPLA enumerou investimentos previstos para os próximos dias na Lunda Norte, ao nível da habitação, da saúde, do fornecimento de energia e água, entre outros.

 

Segundo João Lourenço, o "país beneficiou bastante com estes 15 anos de governação do MPLA".

 

"Mesmo assim, aqueles que não fazem, não trabalham, nem deixam trabalhar, continuam a dizer que os que trabalham não fazem nada", criticou João Lourenço, reiterando que os outros partidos da oposição "não fazem absolutamente mais nada em prol deste povo, senão apontar as faltas daquele que verdadeiramente trabalha".

 

Para a Lunda Norte, o cabeça-de-lista do MPLA às eleições de 23 de agosto falou na diversificação da economia, mas alternativa à produção diamantífera.

 

"Temos que mudar o quadro nas Lundas, em que temos basicamente dois empregadores, a função pública e a indústria mineira de exploração de diamantes, com agravante que é uma indústria que só explora, não transforma, e se o faz, não faz aqui, na zona de exploração", disse.

 

Nessa estratégia, a juventude vai ser chamada a passar de simples extrator mineiro, com a transformação dos diamantes na província, salientando que "alguns vão continuar a trabalhar nas minas - o trabalho mais duro de exploração -, mas depois de formação mais específica vão trabalhar na lapidação dos diamantes, na produção de joias".

 

Além da indústria transformadora de diamante, João Lourenço prometeu incentivar o surgimento de projetos agrícolas, industriais, para igualmente o incentivo do comércio fronteiriço.

 

Na sua intervenção, o candidato do MPLA a Presidente da República não deixou de referir o apoio prestado aos refugiados da vizinha República Democrática do Congo, realçando, que esse acolhimento não pode ser confundido com o fenómeno da imigração ilegal, um problema que o país enfrenta e o prejudica, sobretudo devido à exploração ilegal de diamantes.