Luanda - Neth Nahara (Ana da Silva Miguel) é uma artista e influenciadora digital angolana. É mãe e principal provedora da sua família. Está privada da sua liberdade desde o pretérito mês de Agosto do ano em curso, depois de julgada e condenada em virtude de ter produzido e difundido, nas redes sociais, um vídeo no qual destratava o Presidente da República, João Lourenço.
Fonte: Club-k.net
Neth Nahara é seropositiva. O País e o mundo sabem. Ela mesma encarregou-se de propagar a sua condição sorológica aos quatro ventos. A artista e influenciadora digital está a cumprir a sua pena no hospital-prisão São Paulo em Luanda. Do seu cárcere, lançou, recentemente, um grito lancinante de socorro por precisar de consumir antiretrovirais. Ninguém lhos dá. Ela não pode viver sem os mesmos.
De acordo com o site “Club-k”, há mais de sessenta dias que não os consome. É como se a administração da penitenciária onde se encontra vibrasse de prazer pela sua pena e desejasse a sua morte.
Se Neth Nahara morrer na prisão por denegação do direito ao acesso a medicamentos poder-se-á assacar, com legitimidade, a responsabilidade criminal ao Estado angolano. Neth Nahara deveria ter direito à assistência medicamentosa. Mas não tem. Ninguém se importa. Daí o grito de Neth Nahara. Não São conhecidas as razões que levam Neth Nahara a não ter acesso aos medicamentos.
A administração da prisão não “tuge nem muge” em relação ao facto ora denunciado. Fica-se com a ideia, no senso-comum, de que há a intenção dolosa de se denegar uma assistência medicamentos à “presa particular” do presidente João Lourenço”.
A situação de Neth Nahara é preocupante. Pode levá-la à morte. A menos que se queira fazer da prisão dela um exemplo, com o fito de desencorajar actos similares que levaram à sua condenação. O que se está a fazer com Neth Nahara representa a violência do Estado contra uma cidadã que se insurgiu contra a Administração Lourenço. O que se está a fazer com Neth Nahara é um crime atroz. Nem os “nacionalistas” angolanos passaram por isso nas masmorras do regime facista colonial.
Não é a primeira vez que se dá conta que a Administração Lourenço se recusa a dar ou a permitir a assistência médica e medicamentosa a presos políticos. Com actos desta natureza, o País vai - segura e garantidamente - continuar a manter o seu lugar cativo nos relatórios de desrespeito de Direitos Humanos de organizações internacionais. Já o disse e reitero: esta mania de mandar prender por tudo e por nada, um dia vai sair caro. A maldade de recusar assistência médica e medicamentosa aos presos políticos terá o seu ônus. Um dia. Não muito distante.