Luanda - Ora, em nome da justiça, nos vamos pronunciar nos seguintes termos; Até quando esse Povo vai amadurecer? Até quando terão noção das coisas? Até quando vão deixar de cobrar responsabilidade a quem não tenha absolutamente nenhuma obrigação contratual (contrato social e político), de o fazer?

Fonte: Club-k.net

Então, você deixa de cobrar responsabilidade aos políticos do seu partido político, para cobrar nos músicos? Tu não sabes que os músicos devem agir sempre com neutralidade? Por mais que as suas letras espelhem uma narrativa crítica em face a situação de deplorável pobreza existente no seu País, isso, não lhe torna inimigo do Estado, do Governo, ou do País.

 

Bonga é músico, e a música lhe torna versátes, multiterritorial, interactivo, Universal, ora, a referida confraternização foi de natureza estadual e não governamental, e mesmo que fosse, ele vive da música, e como músico tem a faculdade de actuar ou não, é um direito/liberdade fundamental.


Vocês não conseguem lançar arpas e flechas aos vossos políticos porquê? É deles e com eles que devem cobrar maior responsabilidade política, Será que, é porque deles recebem algum favor material? Quantos são as vezes que entre eles, depois dum debate parlamentar do Bungle bang, onde se limitam em ler um conto de fada refinado e depois daquele improviso já estão nos kwatas?


Quem recebe os dinheiros do OGE, os subsídios dos grupos parlamentares, o subsídio trimestral em razão do número de votos, os carros, as casas, os subsídios milionários, os passaportes diplomáticos, as regalias para os seus filhos, pais e etc são os músicos?


Se o País está na penúria, o que levaria os tais políticos a se mimarem com carros milionários orçados em mais de 100.000.000.00kz? Cem milhões de kwanzas? Justamente numa fase em que milhares de crianças estão, e vivem nas ruas, se acorrem aos contentores de lixo para se alimentar, estão fora do sistema de ensino e educação, não têm abrigo humanamente condigno, consomem inúmeras variantes de drogas entorpecentes e nocivas a saúde humana.


Os vossos políticos não são recebidos em audiência pelo PR? Não fazem parte do Conselho da República? Não trocam mensagem nos bastidores com os políticos do regime?


O cota Bonga, o Paulo Flores, e entre outros, nunca deixaram de fazer activismo na música e não o deixarão em razão de um mero encontro de confraternização de onde foram chamados ou convidados para actuar como músico, e como patriotas que são, fizeram-no muito bem, pois, agiram no profissional e com deontologia profissional.


Então não somos nós que pregamos constantemente que a bem de Angola deve haver sempre e de forma alargada abertura de diálogo, nós não pregamos que deve haver uma política de inclusão e participação conjunta rumo ao desenvolvimento sustentável do País? Nós não pregamos a efectiva reconciliação nacional? Nós não pregamos que quem governa não pode contar somente com os membros e militantes do MPLA no processo de construção e desenvolvimento do País?


Porquê é que quando os políticos dos vossos partidos políticos cometem as borradas vocês ficam mudos e surdos? Assim, és justo? És verdadeiro? És imparcial? És coerente?


Temos de deixar de pregar o ódio, a inimizade, a rivalidade, a desunião, a guerra ideológica, o tribalismo, o regionalismo, o rancor, temos de mudar de mentalidade e postura, temos de ser mais Angolanos do que partidários, e temos de deixar de pensar que só é mais patriota quem fala mal de quem Governa.


É um facto de que o País está ao escombros, é um facto de que a situação de vida sócio-económica do Povo está totalmente precária, é um facto visível de que uma grande maioria de angolanos vivem abaixo da linha vermelha da extrema indigente pobreza, mas por onde passa as soluções? Na guerra? No ódio? Na inimizade? No rivanchismo?


A bem de Angola, temos de voltar a sentarmos todos juntos e vermos os meandros para uma saída triunfante, imbuída de abnegável interesses políticos partidários ou quiçá particulares.


É tempo de pensarmos mais Angola do que partido político, pois, é de todo fatigante ter que lutar por um Povo que tem na ingratidão uma herança familiar, tem a inveja como arma de arremesso, tem a intriga como um meio de destruição da paz e da harmonia social e política.


Seja tolerante e democrático, e não obrigue o outro a pensar tal como tu pensas.


Quem só critica mas não pode ajudar em nada, é inútel para a construção de uma nova Angola.


Votos críticos de Hélder Chihuto

Advogado/Jornalista/Defensor Dos Direitos Humanos/Activista Cívico e Social/ Líder Revolucionário Pacífico Neoclássico/Político e O Embaixador do Povo Desfavorecido, Profeta Hosana.