Luanda - Um partido com mais de meio século de existência como a UNITA, que lutou e sobreviveu a adversidades, incluindo a morte do seu líder fundador, não pode ser visto de forma simplista ou comparado injustamente, por aqueles que, para além de exigir e agitar os menos atentos, nunca deram o peito às balas. Escondem-se. Mas falam que falam. São os tais heróis do Facebook e das fake news, a que eu chamo de revus de papelão. Não valem nada.

Fonte: Club-k.net

Em 1990, num comício, o Dr. Savimbi dizia: "nós somos como os animais grandes, andamos com prudência" (tu vinyama vinene, ongendo yetu evando). Era um recado para aqueles que exigiam atitudes eufóricas diante dos sucessos militares, numa altura em que a UNITA controlava grandes extensões do território.

Actualmente, algumas vozes criticam abertamente o presidente Adalberto Costa Júnior (ACJ) por não adoptar uma postura radical após as eleições de 2022. Para eles, levar o povo à rua seria a melhor solução para se tomar o poder. A solução das manifestações em massa, com mortes à mistura, não deu certo em Moçambique. Hoje em dia, os activistas honestos começam a dizer que afinal foi bom ACJ não ter largado o povo. Evitou mais um banho de sangue. A inteligência supera a força, como a Bíblia ensina com a história de David e Golias.

Contudo, tal como no passado, a UNITA prefere a prudência, optando pela análise cuidadosa em prol do país, mesmo que isso custe apoio de sectores mais radicais da juventude. O que a UNITA tem estado a fazer é desmontar, paulatinamente, peça por peça, o gigante que enfrenta. A progressão é clara: 16 deputados em 2008; 32 em 2012; 54 em 2017 e 90 em 2022. Apenas os desatentos ignoram esse avanço.

A prudência aconselha calma para evitar tragédias. O caminho da força beneficia quem controla as armas.

Devagar se vai ao longe! Voltarei...


Luanda, 20 de Janeiro de 2025
Gerson Prata