Luanda - Tempos passam, os desafios continuam os mesmos e as concretizações ficam cada vez mais longínquas da vida dos angolanos. 64 anos desde o icónico dia que, segundo reza a história contada por alguns, foi o dia D, em 1961 em que bravos patriotas se ergueram contra o colonialismo português. A convenção pela qual se deu início e foi ponta de lança para a independência de Angola, continua a ser esta: o Desenvolvimento.

Fonte: Club-k.net

Sim! o Desenvolvimento do país persiste em ser a "Gabolice" mais refletida nos corredores do partido dos camaradas que já há meio século leva nos carris este país.


O ataque à cadeia de São Paulo pode até significar uma forma de resistência contra o regime colonial português e que serviu de impute para o calar das armas, mas a verdade é que os angolanos continuam numa imensurável luta social.


Exigir que os jovens, assim como os mais velhos no passado, façam hoje a sua parte no que toca à contínua manutenção da paz e desenvolvimento no país, tornou-se mais famoso do que o hino nacional.


Entretanto, a guerra permanente de busca por emprego, a conquista da primeira habitação e o combate à fome e à miséria, são só um pequeno extrato do que, a juventude, em particular, tem enfrentado nestes anos.


Aliado a isso, estão os quase 12 milhões de angolanos declarados na pobreza extrema, num país que até tem potencial para ser um dos mais ricos do mundo.


Se em 50 anos de governação o MPLA não conseguiu desenvolver o país e melhorar as condições de vida da população, então a melhor forma de homenagear os heróis do 4 de Fevereiro de 1961, não se limita na introspeção dos seus longos anos de liderança, mas por colocar "o homem certo no lugar certo e deixar de discursos inflamados, que já não têm valor" e se revelam uma grande canção da indiferença, como canta o músico e ativista, Bob Geldof.


Que a situação social em Angola é das mais precárias, é inquestionável, a olhar por exemplo, para o tipo de doença com a qual hoje ainda nos debatemos.


E como se estivesse a dar uma lufada de ar fresco, foi nos anunciado bem no início da semana o arranque de uma campanha de vacinação contra a cólera, com objetivo de interromper a propagação da doença nas zonas mais afetadas, as mesmas zonas em que as políticas públicas deste governo sequer conhecem o caminho.


Diferente da história do que será o paraíso contado pelos que acreditam em Ngana Nzabi, no paraíso do país de João Lourenço vive-se um verdadeiro inferno. Falta água, saneamento básico, hospitais primários...enfim, falta desenvolvimento.

Para fechar a semana dos heróis, com chave de ouro, voltamos ao que Evaristo Mulaza chamou de maior parque de diversões do mundo: um lugar onde tudo acontece. Mas desta vez não foram as 60 toneladas anunciadas pelo SIC, ou o desvio de 7 mil milhões de kwanzas da AGT.


A surpresa que nos surpreendeu foi a de que às vezes nem sempre a perseguição é por ódio. Já lhe explico.


A verdade é que de tanto criticar, o Presidente João Lourenço acabou se inspirando no antecessor.


Nomeou a filha, Cristina Lourenço, presidente interina da BODIVA-Bolsa de Dívida e Valores de Angola.

Afinal, citando Jair Rangel, se os presidentes de Angola têm sempre filhos muito inteligentes, por que não há desenvolvimento?