Luanda - O antigo Secretário-Geral da UNITA, Paulo Lukamba "Gato", lançou uma reflexão contundente sobre a realidade política em Angola, intitulada "Quando o Partido Sequestra o Estado". Segundo ele, o Estado, que deveria servir a todos os cidadãos, foi capturado por um partido que governa exclusivamente para os seus próprios interesses.
Fonte: Club-k.net
Lukamba descreve esta situação como uma tragédia silenciosa que rouba sonhos, direitos e o futuro da população. Ele critica os governadores provinciais, que, em vez de actuarem como servidores públicos, tornaram-se activistas de uma máquina partidária que sufoca qualquer tentativa de mudança. Cada decisão, nomeação e política, segundo ele, são feitas para proteger o partido, deixando os cidadãos à margem.
Essa fusão entre Partido e Estado, afirma Lukamba, é a raiz da miséria, incompetência e desigualdade que persistem no país. Ele alerta que, enquanto o poder continuar a usar o Estado como instrumento privado, Angola permanecerá como "terra de poucos e prisão de muitos".
Lukamba também condena a normalização da partidarização das estruturas públicas, que ele compara a um espólio de guerra. Ele critica o uso da filiação partidária como passaporte para privilégios, enquanto milhões de angolanos lutam pela sobrevivência. Para ele, a esperança está a ser assassinada em nome da estabilidade de um regime que já não serve à Nação.