Luanda – O cidadão Raul Conceição, ouvinte assíduo da Rádio 5, dirigiu uma carta aberta ao Ministro da Comunicação Social, Mário de Oliveira, denunciando o que classifica como “má gestão, desorganização e favorecimento” na estação desportiva do grupo RNA, sob liderança de Aguilar Virgílio.

Fonte: Club-k.net

Na missiva, Raul Conceição destaca a sua longa ligação à Rádio 5 e admiração por antigos e actuais profissionais como Rui Carvalho, Francisco Simons, Manuel Rabelais, Joaquim Gonçalves, Kenya, Alexandre Dinis e outros. No entanto, lamenta a alegada perda de rigor e ética na gestão actual da estação, especialmente visível num recente episódio ocorrido em Benguela, durante o jogo entre o 1.º de Maio de Benguela e o Ferrovia do Huambo, da segunda divisão.

 

O ouvinte critica a nota de repúdio emitida pela Administração da RNA, que, segundo ele, ignorou o contraditório e se baseou unicamente no comunicado do clube 1.º de Maio, acusando a Rádio 5 de tentar introduzir pessoas não credenciadas no recinto desportivo. Conceição alega que este tipo de comportamento tem sido recorrente desde que Aguilar Virgílio assumiu o cargo de director da estação.

 

Raul Conceição aponta vários outros episódios para sustentar as suas acusações: jornalistas impedidos de cobrir treinos da seleção nacional, ausência de credenciais nas Afrotaças, tratamento desrespeitoso a profissionais como Sílvio Capuepue, e uma postura de favoritismo e desorganização que, no seu entender, prejudica o bom nome da Rádio 5.

 

“Há uma máfia instalada na Rádio 5. A actual administração da RNA faz vista grossa aos interesses públicos”, escreveu.

 

O ouvinte considera que a tentativa de responsabilizar o 1.º de Maio de Benguela é injusta, pois outros órgãos de comunicação social responderam positivamente ao pedido de troca de credenciais, ao contrário da Rádio 5. Questiona ainda a necessidade de deslocar um relator de Luanda a Benguela, ignorando os jornalistas locais.

 

“Foi um insulto aos grandes narradores desportivos de Benguela, berço do jornalismo angolano”, afirma.

 

Além disso, Raul Conceição denuncia que a Rádio 5 ignora eventos relevantes em outras províncias, como um jogo importante no Soyo, e que favorece sistematicamente o Wiliete de Benguela, clube alegadamente beneficiado com maior cobertura e agora envolvido numa disputa pela gestão do Estádio Nacional de Ombaka.

 

Numa crítica direta à actuação do director da Rádio 5, Raul Conceição afirma que “Aguilar Virgílio centraliza decisões, marginaliza jornalistas e manipula a programação”, citando um episódio a 2 de Março de 2025, em que a direcção proibiu a cobertura do jogo entre o 1.º de Maio e o Sporting de Benguela, dando primazia ao jogo entre Wiliete e São Salvador.

 

O autor sugere que o Ministério da Comunicação Social promova um inquérito sério sobre o sucedido, para apurar responsabilidades e restaurar a credibilidade da estação. Pede ainda mudanças urgentes na liderança da Rádio 5, propondo nomes como Ana Cristina, Joaquim Clemente, Jaime Samuel ou António Rodrigues como alternativas competentes.

 

“Há muito a corrigir na Rádio 5 antes que o descarrilamento se torne fatal”, alerta.

 

Raul Conceição conclui apelando ao Ministro Mário de Oliveira a agir em defesa do interesse público: “Tenho dito, Sr. Ministro.”