Lisboa – É originaria de uma prestigiada família do Huambo, cuja figura central recai para o seu pai, o reverendo Henrique Etaungo Daniel que se encontra a viver em Portugal e que notabilizou no clero da Igreja Evangélica Congregacional do centro sul do país. Na década de oitenta, Albertina Júlia N. H. Hamukuaya esteve a estudar medicina como estudante da UNITA. A abertura do mulitipartidarismo calhou numa altura em que teria concluido os estudos, tendo regressado aoantigo bastião da UNITA, quando este santuário encontrava-se já meio deserto. (Parte dos quadros da direção teriam se mudado para as cidades).
Fonte: Club-k.net
Escreveu a JES pedindo colocação
A época das eleições de 1992, foi colocada como directora do hospital centra “Dr João Inhahuca” na Jamba tendo ai ficado por um período de seis meses. Estava integrada na lista dos suplentes a candidatos a deputados pela UNITA como a quarta da lista. O seu esposo Aniceto Hamukuaya encontrava-se sob custodia em Luanda na seqüência das escaramuças dos confrontos militares na capital do país. Face, ao ambiente de insegurança que a Jamba inspirava, a mesma viu-se obrigada abandonar aquele bastião tendo penetrado na vizinha Republica da Namíbia. Em 1994 conseguiu chegar a Luanda tendo trabalhado por alguns meses na maternidade Lucrecia Paim para depois ter-se tornada deputada. Pouco tempo depois testemunharia, o período em que a direcção da UNITA nas cidades era forçada, pelos serviços de segurança, a renegar a liderança de Jonas Savimbi. A pressão das autoridades daria origem a criação do Comité Renovador que tinha o seu esposo, Aniceto Hamukuaya como um dos protagonistas.
No seguimento das pressões, Anastásio Ruben Sikato, então Ministro da saúde pelo GURN, abandonou o cargo no governo em detrimento da adesão a UNITA-Renovada. Havendo necessidade de preencher a vaga no GURN, Eugenio Manuvakola, então líder da “Renovada” tinha em mente endereçar um convite para a antiga Ministra Adjunta do “Galo Negro” e Secretária para o Ensino Superior, Serafina Paulo. Porém, por influencia de Demostenes Chilingutila, o convite foi para Albertina Hamukuaya que estava mais proxima ao partido.
Embora sem experiência de gestão governamental, Albertina Hamukuaya foi vista como tendo compreendido a necessidade de servir o GURN sem se incompatibilizar com os seus colegas do partido no poder. Entregou literalmente o poder ao seu Vice-Ministro José Van-Dúnem, do MPLA. Ou seja, tomou a iniciativa de não tomar decisão sem antes consultar o seu “Vice” do partido que suporta o regime. Tal gesto fez com que uma outra corrente do ministério interpretassem-na como “manifestação das suas próprias debilidades”. Foi também criticada por colocar quatro sobrinhos do esposo no seu gabinete tal como uma parente no sector de saúde da embaixada da África do Sul, onde se deslocava com freqüência.
Em simultâneo, passou a sentir-se nela desmarcação quanto a sua militância a UNITA, o que equivalia “a discreta ruptura”. O sinal mais claro, foi a, atribuída fama, em 2002, de ter festejado a morte de Jonas Savimbi.
No período pos Savimbi, Albertina Hamukuaya, foi das poucas figuras da “UNITA das cidades” que se recusou juntar ao grupo que em Março de 2002, foi cumprimentar a então comissão de gestão (CG) liderada por Lukamba Paulo “Gato” acabada de regressar das matas. Na altura Lukamba “Gato” deu conta de sua ausência e anunciou que lhe faria uma visita de cortesia para lhe saudar. Tão logo que soube da decisão do antigo SG da UNITA, receou que estes fossem ao ministério e fosse vista a conversar com os mesmos. Decidiu ela própria ir ter ao encontro da comissão de gestão (CG).
Logo a seguir, a CG deu conta que a Albertina Hamukuaya dava sinais de evitar o partido. Nas argumentações, internas justificavam que “se já não se revê no partido não deveria permanecer no cargo de ministra a custa do mesmo”. Foi assim que após ao X congresso quando Isaias Samakuva decide remodelar a equipa da UNITA tinha no governo, substituiu a mesma pelo medico Sebastião Veloso. Samakuva, tentou solidarizar-se com ela convidando-a para integrar ao grupo parlamentar do partido mas a antiga ministra rejeitou.
No seguimento do afastamento, endereçou uma carta ao Presidente da Republica, José Eduardo dos Santos solicitando que a ajudasse com uma colocação. Havia indicação que as autoridades queriam fazer dela directora da futura clinica da Sonangol mas enfrentou resistência por parte dos médicos do MPLA. Com a inauguração da clinica da petrolífera angolana, a “Girassol”, Manuel Vicente, o PCA da SONANGOL, nomeou uma medica, Cremilda Lima, para o cargo de Presidente de Conselho de Administração (CA) e Albertina como administradora. A mesma não chegou a exercer as funções devido a resistência por parte dos colegas do “outro lado”.
É dada que enquanto governante, pos em pratica, a frase atribuida a chefia do regime angolano, segundo a qual “O cabrito come onde esta amarrado”. Abriu alguns negócios com realce a duas farmácias, uma no bairro Tala Hady e outra, nas redondezas do hotel Alameda em Luanda, a farmácia girassol. O seu esposo, Aniceto Hamukuaya esta igualmente na mesma linha inserindo-se no ramo da construção civil na sua terra natal, Cunene onde também exerce a actividade de venda de viaturas compradas na Namíbia. O mesmo é dado como tendo participações comerciais com o actual governador do Cunene, razão pelo qual o esposo Aniceto Hamukuaya disse a Voz da America (VOA) que a sua escolha do MPLA, partido no poder, visava contribuir para o progresso do país.