Lisboa – Foram postos a circular em Luanda, rumores insinuando que José Eduardo dos Santos (JES) pondera se abdicar das funções de Chefe de Estado, em finais de 2012. O rumor é visto, em meios da oposição como instrumento de diversão destinado a medir reações.
Fonte: Club-k.net
Para testar reação do povo
Os rumores insinuando a manifestação do PR, em largar o poder, é uma pratica lançada ao ar, por supostas figuras conotadas ao regime, sempre que há reações indicando o decréscimo da popularidade de JES. Nas últimas semanas, foi verificado que tal “decréscimo de popularidade” ganhou impulso logo após a queda de Muammar Khadafi, da Líbia. O fenômeno alimentou debates precipitando a comparação de ambos lideres em termos de “tempo no poder” e particularidades dos seus respectivos estilos de liderança. Uma das evidencias foi a circulação em Luanda de SMS desfavoráveis a gestão de JES antecedida do anuncio de uma manifestação, marcada para o próximo dia 3 de Setembro, cujo os protagonistas reclamam a falta de emprego e exigem “Revisão do artigo 107 da lei constitucional para que permita aos angolanos a eleição directa do Presidente da República”.
A atitude de olhar para a queda de Khadafi, como “aviso” para JES, é também sentida no plano externo. Personalidades ligadas ao regime angolano, por exemplo, encararam como evidencia deste “aviso”, as insinuações da imprensa internacional que apontava Angola e Zimbábue como possíveis países acolhedores de Khadafi. Embora o coronel não tenha fugido para nenhum destes países, em referencia; membros do regime angolano tomaram a “insinuação” como um “recado do ocidente”.
No sentido de atenuar sentimentos internos, a policia nacional foi apelada a abortar tentativas de manifestação por todo o país, cuja a temática seja o questionamento da liderança de Eduardo dos Santos. Em paralelo, as autoridades levaram a cabo acções que mexem com os populares causando a impressão de que “estão mesmo a trabalhar”.
A saber:
- Lançamento de pedras para construção de casas na centralidade do Kilamba;
- Transformação, em todo país, da data do nascimento do PR, em acto político nacional;
- Deslocação de JES a província do Huambo (Os administradores foram orientados a arrastarem consigo uma cifra de populares para causar enchente ao largo Agostinho Neto onde o PR proferiu algumas palavras);
O rumor a cerca da saída de JES tem o efeito de causar o sentimento de que o mesmo “não é apego ao poder” mas que “ai esta” por imposição ou pressão dos seus conselheiros.
JES segundo parecer de um antigo colaborador, “não da sinais de pretender sair do poder”, porém, analises feitas, apresentam-lhe como favorito de um cenário de saída que lhe proporciona segurança. Figuras que já conversaram com o mesmo notam que JES não vê no seu regime alguém com tenacidade de o defender em circunstancias anormais. Há o receio de uma saída em que venha a ser exposto a incomodados com problemas judiciais. Em Fevereiro de 2011, uma ONG dos direitos Humanos baseada na Florida pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que apreciasse, os “excessos do regime de JES”. O caso não foi matéria de debate na media internacional, porém, JES, tem a noção de que ao sair do poder agora seria incomodado com casos judiciais. Mesmo que não for responsabilizado, o cenário de ser azucrinado pela justiça internacional desgastaria a sua imagem.
O facto de estar a desfazer-se de uma casa em França e de ter deixado de ter bens em seu nome no estrangeiro, é encarado como sinal mais visível de que o mesmo evita um cenário de incomodo judicial no futuro.
Logo após as eleições de 2008, JES alterou a constituição retirando a modalidade que o permite concorrer as eleições de forma isolada. O sinal foi também visto como um indicador de que mudou a constituição para um modelo que lhe permite ficar no poder por mais dois mandatos; correspondendo a 10 anos. Caso a idade, não o permitir, ira se reformar com Fernando da Piedade dias dos Santos “Nandó” cedendo o poder para um delfim.