Luanda - Alcides Sakala, porta-voz da UNITA afirmou recentemente que a mudança é um processo irreversível, quando reagia às declarações de Bento Bento, dirigente do MPLA em Luanda que dirigiu contra a UNITA acusações de estar a pretender a provocar o caos em Angola.


Fonte: UNITA



Alcides Sakala, porta-voz da UNITA afirmou recentemente que a mudança é um processo irreversível, quando reagia às declarações de Bento Bento, dirigente do MPLA em Luanda que dirigiu contra a UNITA acusações de estar a pretender a provocar o caos em Angola.



“Nós temos estado a acompanhar nesses últimos dias e com muita atenção declarações de altos dirigentes do executivo angolano que incitam a violência e a práticas de politicas de intolerância”, afirmou o dirigente da UNITA.



De acordo com Alcides Sakala tais declarações incendiárias são feitas com o propósito de desviar a atenção dos grandes problemas sociais que o pais vive, sobretudo da incapacidade do executivo de resolver por meios pacíficos um conjunto de reivindicações levantadas por centenas de jovens angolanos que se manifestam em quase todo o pais, para fazer ouvir as suas inquietações.




“Nós pensamos que esses discursos inflamatórios e incendiários não ajudam a criação de um clima de convivência e reconciliação nacional, porque de facto esses jovens que se manifestam vivem sérios problemas sociais confrontam-se, com exclusão social, consequência de politicas fracassadas do actual executivo angolano que não tem sido capaz de responder as expectativas criadas com o fim da guerra civil a cerca de nove angolano”, pontuou.



Sakala assegurou, entretanto que a campanha de diabolização da UNITA responsabilizando-a pelo fracasso das politicas do executivo não tem pernas para andar.




Alcides Sakala voltou a negar que o seu partido esteja a inspirar as manifestações dos jovens estudantes, reiterando que quando a UNITA decidir convocar a manifestação vai fazê-lo publicamente.



“É tudo falso. Nós temos dito também que quando decidirmos realizar manifestações vamos tomar uma posição pública informar ao mundo e aos angolanos sobre essas nossas decisões. Por isso o que os dirigentes do MPLA estão a dizer é puro exercício de propaganda politica”, esclareceu.



O rumo dos acontecimentos em Angola, segundo Alcides Sakala, vai depender da estratégia que o executivo do MPLA definir e qualquer uma das opções tem o seu preço político.



“O executivo está a inflamar uma situação que não tem razão de ser, porque os jovens angolanos manifestam-se no quadro dos seus direitos consagrados constitucionalmente, se de facto optar pela via de violência e incitamento vai ter preço politico, uma vez que o pais prepara-se para as eleições o próximo ano e toda uma postura tem reflexos políticos”, afirmou.



Segundo o dirigente da UNITA, a consolidação da paz é um dos objectivos imediatos do seu partido, assim como o aprofundamento da democracia.



Entretanto, Sakala alertou para a necessidade da sociedade preparar-se para encarar as profundas mudanças, que considera ser uma questão de tempo.



“É tudo uma questão de tempo”, afirmou Alcides Sakala para quem os discursos inflamatórios não tira sono ao seu partido, muito menos travar a onda das mudanças.


Para Alcides Sakala as manifestações dos jovens são processos inevitáveis, uma vez que Angola vive um novo quadro em que tudo passará a ser diferente, porque os angolanos estão perdendo medo e começam a explorar os seus direitos consagrados na constituição da república, reivindicando os seus direitos.


“Vão-se intensificar essas manifestações de jovens e temos de aceitá-las como um processo natural e geracional e irreversível”, concluiu