Lisboa – O Secretário- Geral da JURA, Mfuka Muzemba e os outros 26 detidos que com ele partilharam a cadeia da kakila, foram esta segunda feira absolvidos pelo Tribunal Municipal da Ingombota por faltas de provas.
Fonte: Club-k.net
Oficiais da polícia faltaram com a verdade
Mfuka Muzemba foi acusado por quatro agentes da Polícia Nacional por alegadamente instigar alguns jovens à “insurreição”. Durante a audiência de sexta- feira, o debate, em tribunal, foi marcado por contradição das declarações policias que o acusaram.
“Eles foram mal preparados pelo governo sobre a forma como deveriam incriminar o Mkufa, por isso é que cada um deles apresentou versão diferente no em tribunal.” Disse uma fonte que acompanhou o processo tendo acrescentando que “A defesa chegou a pedir a prisão do Intendente e Comandante da Esquadra da Ilha de Luanda, Augusto José Fernandes por ter mentido em tribunal, mas o juiz Adão Damião deu o pedido por indeferido.”
“As 26 pessoas que foram presas não eram manifestantes; eram na sua maioria pessoas que iam para hospital, mecânicos, ambulantes pelo que se constatou ter havido excesso da policia na sua detenção. A policia não soube indicar qual dos jovens detido teria estado com Mfuka Muzemba” acrescentou a fonte que vimos fazer referencia.
Segundo a fonte “A UNITA partido, não contava que o Mfuka seria absolvido visto que o governo dava sinais em condená-lo para responsabilizar o maior partido da oposição como responsável das manifestações que ocorrem pelo país.”
De lembrar que na Quinta-feira passada, o Primeiro Secretario do MPLA, Bento Bento havia mencionado o nome de Mfuka Muzemba como parte de uma coligação que alegadamente conspira contra a governação do Presidente José Eduardo dos Santos.
“A coligação, que integra o Bloco Democrático, PP e alguns partidos ligados aos POC, e que tem como executivos mais dinâmicos o secretário-geral da Unita, Kamalata Numa, o secretário-geral da Jura, MFuka Fuakaka Muzamba, o advogado David Mendes e Justino Pinto de Andrade, pretende criar o caos social, impossibilitar a governação do MPLA e do Presidente.”, dizia o político do partido no poder.
Com a mesma retórica falou, dias antes, o Ministro do Interior, Sebastião Martins dizendo que achava muito interessante a presença de Mfuka Muzemba, no grupo que havia sido detido pela policia. O governo através do Jornal de Angola através teria escrito que “o dirigente da juventude da UNITA, Nfuca Muzemba, foi detido no Largo Serpa Pinto, quando um pequeno grupo de arruaceiros cortava o trânsito e apedrejava viaturas da Polícia Nacional.”
De recordar que MFuka Fuakaka Muzamba foi detido no largo Serpa Pinto, onde se deslocou para assistir o julgamento das vitimas do “3 de Setembro”. Horas depois caiu numa emboscada da Policia Nacional sob orientação de um suposto elemento da Segurança de Estado trajado a civil. Foi levado para uma cadeia de alta segurança nos arredores do Bengo tendo sido submetido a tortura psicológica, não obstante a um interrogatório por parte do Chefe do Serviço de Inteligência Militar (SIM) , Zé Maria. Foi lhe perguntado se tinha apoio da França e se saísse da cadeia iria fazer uma “mega-manifestação”.
Julgamento de líder da JURA marcado com depoimento contraditório de oficiais da polícia