Lisboa – As Forças Armadas angolanas rejeitaram receber da empresa italiana Agusta Westland S.P.A, uma encomenda, feita há três anos, pelo general Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, de 6 (seis) Helicópteros, a luz de um contrato de Euros 88.161.000,00, na qual se incluía o contrato de fornecimento de peças sobressalentes e de formação de pilotos e técnicos.

Fonte: Club-k.net

FAA rejeitam receber   encomenda   alterada

As FAA, segundo o África Monitor que levantou o assunto, alegam que a encomenda solicitada seria de helicópteros, modelo AW 139, e não o AW 109 (de fabrico de 1971), que o fornecedor estará a entregar.

 

O fabricante, alega que a alteração do modelo a fornecer mereceu a aprovação previa do antigo Chefe da Casa de Segurança do Presidente da Republica, Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”. As Forças Armadas que não foram ditas nem achadas no momento da alteração das encomendas, alegam que o aparelho de marca AW 109,  presentemente em fim de fabrico (de fabrico desde 1971) não satisfaz as exigências do exercito angolano.

 

O modelo AW109, é um helicóptero de oito lugares, peso-leve e bimotor utilizado em transporte, evacuação aero médica, busca e salvamento e funções militares. O seu preço oficial é de US$ 6,3 milhões.

 

Já o modelo AW139, pretendido pelas FAA, é um helicóptero bi-turbina médio de última geração, que estabelece novos padrões de segurança. Este modelo pode transportar até 15 passageiros em altíssima velocidade e a bordo de uma das mais espaçosas e confortáveis cabines. O seu preço oficial é de US $12 milhões.

 

Documentos em posse do Club-K, indicam que as encomendas foram feitas em Outubro de 2015, quando o então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, através do Despacho Presidencial n.º 83/15 confiou a empresa SIMPORTEX, poderes para elaborar o contrato bem como  praticar os demais actos administrativos relativos a sua execução.

 

Apesar de ser uma empresa que operada sob a esfera do Ministério da Defasa Nacional, a SIMPORTEX é a instituição responsável pela comercialização de Equipamentos e Meios Materiais. Até a entreda do novo governo era controlada indirectamente pelo general Manuel Vieira Dias “Kopelipa”, por intermédio de um general da sua confiança, Luís Manuel da Fonseca de Sotto Mayor Pizarro, seu PCA.

 

O controle pela SIMPORTEX, provocou no inicio de 2015, um “braço de ferro”, entre o general “Kopelipa” e o então ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, respeitante ao dossiê do fornecimento da logística das Forças Armadas Angolanas. O ex-Ministro defendia que a SIMPROTEX, deveria estar verdadeiramente sobre o controle do ministério,  ao contrario do quadro decorativo que estava voltada.

 

Inicialmente a logística das FAA, sempre esteve  sob alçada do Ministério da Defesa (via SIMPROTEX – EP) até o general “Kopelipa” a ter tomado o controle.

Nota do editor: Euros 88.161.000,00 para seis helicópteros ?

O Ex-Presidente conforme o Despacho Presidencial n.º 83/15, havia disponibilizado Euros 88.161.000,00 para seis helicópteros, fornecimento de peças sobressalentes e de formação de pilotos e técnicos. O Wikipédia, atesta que um aparelho AW109, semelhante ao encomendado por “Kopelipa” custa USD 6,3 milhões (equivalente 5, 4 milhões de euros). Neste caso, o total para os seis helicópteros poderão ter custado 32, 4 milhões de euros.

 

Os cálculos indicam ainda que o General “Kopelipa” terá empregue menos da metade do orçamento aprovado na compra dos seis aparelhos, o que lhe sobrariam 55, 76 milhões de euros. Terá o general empregue os restantes 55, 76 milhões de euros para o “fornecimento de peças sobressalentes e de formação de pilotos e técnicos”?

 

O Club-K, considera que este é um tema que a bancada parlamentar do MPLA, através da sua deputada, Tchizé dos Santos, que tem gravado áudios a exigir transparência do erário público, deve acionar a Procuradoria Geral da República para que haja esclarecimento em torno deste assunto. A Bancada do MPLA, também pode solicitar uma comissão parlamentar de inquérito para  colocar as seguintes questões:

 

Como foram empregues os 55, 761 milhões de euros que restaram para a compra de seis helicópteros que terão custado 32, 4 milhões de euros?

 

Porque o general alterou as encomendas do modelo AW139 para os aparelhos AW 109, modelo  de 1971? Terá o general informado ao então comandante em chefe das FAA, José Eduardo dos Santos?

 

Porque José Eduardo dos Santos disponibilizou 88 milhões de euros para uma encomenda que lhe custariam apenas metade ao Estado angolano? Não mandou antes fazer um levantamento de custos e preços ? Quem sugeriu a aprovação deste valor ?

 

Ao mandar arquivar todos os processos da atividade inspetiva desenvolvida pela Inspecção Geral da Administração do Estado de 01 de janeiro de 2013 a 30 de agosto de 2017, terá JES decidido assim para proteger o seu antigo chefe da Casa Militar?

 

São estas questões que a Bancada do MPLA, deve levantar, caso considerem que o combate contra a corrupção levado a cabo por João Lourenço, é verdadeiro.