Luanda - Especialistas internacionais de vários países, entre eles do Brasil, são aguardados em outubro próximo, em Luanda, onde vão analisar e discutir os principais fraudes e delitos económicos e sua forma de prevenção, no quadro do atual contexto de Angola.

Fonte: Lusa

O evento, promovido pela World Compliance Association - Capítulo Angola (WCA-CA), em parceria com o Instituto Superior de Ciências Criminais e Polícias (ISCCP), surge no quadro da transição política e da mudança do ambiente de negócios que Angola pretende.

 

Representantes da Polícia Federal do Brasil (ligados ao processo "Lava Jato"), da União Europeia (UE), com destaque para a Alemanha, da WCA-CA, Polícia Nacional de Angola, Procuradoria Geral da República (PGR) e dos Serviços de Investigação Criminal (SIC) são os principais oradores da conferência, que prevê acolher 500 participantes.

 

A decorrer a 23 e 24 de outubro, a 1.ª Conferência Internacional sobre Fraudes e Delitos Económicos em Angola vai despertar a sociedade sobre a necessidade de uma maior abertura e credibilização do ambiente de negócios no país, no quadro da "compliance", ferramenta que joga um papel importante no cumprimento normativo dentro das organizações, disse a Presidente da WCA.

 

Numa conferência de imprensa, realizada terça-feira, em Luanda, no quadro dos preparativos do evento, Andrea Moreno referiu que a iniciativa vai permitir ajudar Angola a reforçar os mecanismos de prevenção e investigação de fraudes e delitos económicos.

 

Por outro lado, vai permitir adotar medidas fundamentais nos setores público e privado para precaver os crimes económicos mais comuns, como a fuga ao fisco e a exportação ilícita de capitais, fraudes nos seguros, branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, fraudes em meios eletrónicos e subtração de dados bancários, entre outros.

 

No encontro com os jornalistas, o diretor-adjunto do ISCCP, Andrewwyong Inaculo, referiu que, nos últimos anos, tende a aumentar em Angola a cultura de denúncia por parte da população para crimes económicos.

 

"A denúncia de crimes económicos tende a estar equilibrada com os de natureza comum. No contexto atual, notamos que os cidadãos participam cada vez mais crimes de natureza económica", disse o oficial da polícia, sem avançar números.

 

Na conferência serão debatidos, entre outros, temas como "O Papel do Serviço de Investigação Criminal (SIC) na Prevenção de Fraudes e Delitos Económicos", "A Procuradoria Geral da República (PGR) na Investigação de Fraudes Económicas" e "Tipos de Delitos Económicos - Uma Visão Internacional".

 

As técnicas de investigação de fraudes, o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, a fuga ao fisco e exportação ilícita de capitais, fraudes em meios eletrónicos e subtração de dados bancários, a importância do "compliance" no contexto de desenvolvimento social e económico das empresas em Angola, investigações corporativas e "compliance", os esforços do Parlamento Europeu no combate aos delitos económicos, são outros temas agendados.