Huambo - O sector da Educação na província do Huambo deve, desde 2015, 143 milhões de kwanzas a 47 titulares de cargos de direcção e chefia empossados em diversas escolas do ensino geral.

Fonte: Angop
A confirmação é do director do sector, Manuel Sampaio do Amaral, em declarações nesta segunda-feira, à imprensa, reagindo a denúncia feita, na semana passada, pelo sindicato local dos trabalhadores da educação, cultura, desporto e comunicação social.

Explicou que a dívida decorre do facto das contas bancárias dos 47 titulares de cargos de direcção e chefia terem sido rejeitadas pelo sistema de pagamento.

Admitiu que o valor em causa esteve disponível no sistema até às 15h00 do dia 31 de Dezembro de 2015, numa altura em que o sector estava a terminar o processo de pagamento dos subsídios de todos aqueles que ostentavam cargos de directores de escolas e outras funções, facto que não se consumou, devido a irregularidades na documentação bancária de 47 responsáveis.

Contudo, Manuel Sampaio do Amaral deu a conhecer que tudo está a ser feito, em conjunto com o Ministério das Finanças, governo da província e sindicato da Educação, para se liquidar a dívida.

O director do gabinete de educação da província do Huambo informou que entre os 47 titulares de cargos de direcção e chefia constam directores e sub-directores de escolas do ensino primário, I e II ciclo do ensino secundário.

Manuel Sampaio do Amaral aproveitou a ocasião para explicar a situação dos 80 professores que, desde Abril, continuam com salários suspensos, por alegadas irregularidades constatadas durante o cadastramento efectuado pelo Ministério das Finanças.

Segundo o responsável, 50 destes professores verão a sua situação remuneratória resolvida a partir das folhas de Setembro, desconfiando que os restantes (30) têm a sua situação condicionada por alegada dupla efectividade ou serem trabalhadores “fantasmas”.

Crianças estudam em escolas sem cobertura na Namba

No entanto, cerca de 200 crianças do ensino primário na aldeia Namba, no município do Londuimbali, a 134 quilómetros da cidade do Huambo, estão a estudar em quatro escolas sem cobertura, construídas pelos aldeões. O facto foi dado a conhecer pelo soba da aldeia, Quintino Elavoko, que solicita apoio das autoridades para cobrir as escolas, por estar a aproximar-se o início da época chuvosa.

Lembrou que antes da população construir as quatro escolas, cada uma delas com três salas, as crianças aprendiam a ler e a escrever ao relento, expostas às intempéries da natureza, condições desfavoráveis para o sucesso do próprio processo de ensino-aprendizagem. Em reposta a esta preocupação, o chefe da repartição da Educação no município, Pedro Isaac, prometeu, para breve, disponibilizar chapas de zinco para cobrir as quatro escolas da Namba.