Luanda - O ministro da Comunicação Social de Angola disse esta sexta-feira, em Luanda, que, no último trimestre de 2017, encontrou vários problemas no setor que tutela, destacando o número excessivo de funcionários, entre eles “alguns trabalhadores fantasma”.

Fonte: Lusa

João Melo, que discursava na abertura do I Conselho Consultivo do Ministério da Comunicação Social, fez um balanço das atividades do setor que dirige há um ano, identificando também problemas no domínio editorial e de gestão. O governante angolano referiu que, no domínio editorial, destaca-se o caráter governamentalizado do setor, enquanto no da gestão foram encontradas “inúmeras irregularidades em todas as empresas”.

 

Segundo João Melo, além da quantidade excessiva de trabalhadores, foram registadas a falta de procedimentos, indisciplina gritante, salários aleatórios e injustos, défice técnico, degradação do nível de qualificação dos trabalhadores, relações pessoais complexas e desaparecimento de meios e equipamentos, indiciando a existência de corrupção, agravada pelo não recebimento de subsídios operacionais do Estado desde 2015.

 

Para reverter o quadro, João Melo frisou que a nova direção ministerial identificou os desafios, como o resgate do papel do Ministério da Comunicação Social, que se encontrava “totalmente esvaziado das suas funções e responsabilidades, parte das quais exercidas por altos funcionários de outros setores e por determinados órgãos paralelos”.

 

O titular da pasta da Comunicação Social de Angola apontou ainda como desafio a promoção, “com responsabilidade”, da abertura editorial dos meios de comunicação estatais, para a sua conversão “gradual em autênticos órgãos públicos”.

 

A tomada de medidas para o aperfeiçoamento da gestão das empresas públicas de comunicação social, com vista a promover a sua reestruturação e dar, desta forma, início ao seu saneamento financeiro e a melhoria disciplinar e produtiva são outras das metas a atingir.