Cunene - Novos tempos, novas vontades, a mesma cobrança. O presidente JL, no seu discurso de assunção à cátedra do MPLA, no congresso extraordinário de 8 de setembro, deu-nos a entender que a data mais importante, na história do povo angolano, é a que se celebra a 11 de novembro, dia da Independência Nacional. Bem-haja esse reconhecimento pelo máximo responsável do MPLA e alto magistrado da Nação angolana. A seguir a essa data, penso eu, está o 4 de Abril, dia da Paz e da Reconciliação Nacional, isto é, da lógica feliz do Pai da Nação para o Arquiteto da Paz, coisa que desde 2002 vinha sendo invertida pelas forças bajuladoras da nação.

Fonte: Club-k.net

Por isso, em todas as nações, quer democráticas, quer ditatoriais, o alto magistrado da Nação faz a gentileza, com pompas e honras militares, de demonstrar ao mundo o orgulho, a estima e respeito que tem pelo seu país. Por exemplo, o 4 de Julho, dia da Independência América, é celebrada com todo o fulgor, pompas e orgulho característico do americano. Outro exemplo, o 14 de Julho, Dia da Bastilha, é celebrado com pombas e honras militares em França, onde se faz presente todas as ex colônias francesas e com convidados de honra internacional. E idem, muitos outros exemplos por este mundo fora.

 

Sendo na verdade a Independência Nacional o marco histórico mais importante entre as datas a comemorar no âmbito nacional, também se pensa e é obrigatório ético- moral, pelo respeito e pelo patriotismo prático, e com lógica, que o alto magistrado da nação angolana marque sempre presença no ato central dessa data na província aonde calhar e até com honras de convidar estadistas de outras nações amigas. O ato central deve ter as honras que merece. Deve haver o desfile de demonstração de todos os ramos das nossas tropas. Afinal onde está o nosso orgulho como nação independente e o patriotismo como angolanos? Para quê serve tanto dinheiro do orçamento do estado gasto nas forças armadas, em tempo de paz, mais do que a saúde e a educação, sem nenhum desfile de demonstração nacional para nos encher de orgulho de que temos tropas organizadas e disciplinadas? Qual é a data que temos em Angola em que nos fixamos, excitados e orgulhos, nos Ecrãs da nossa TPA vendo as nossas altas individualidades a desfilarem perante a Nação e o mundo? Ficaremos apenas pela fama mundial da corrupção, má governação, fome, doenças, etc.?

Feliz ou infelizmente, este ano, o dia da Independência Nacional, terá o seu epicentro na província do Cunene, minha terra Mãe. Esta terra que, na ótica do MPLA, é apenas o cú do mundo. Esta terra que os seus habitantes são mais bajús que o próprio Norberto Garcia ou o Carvalho. Esta terra que apenas serve para votar no MPLA, em tempos de eleições, povo ignorado pela elite de Luanda, em tempos de clamor, e que nada representa, em palcos de governação. Terra do cú do mundo onde nem centralidades se veem nem bons cursos superiores se cogitam. Com deputados mercenários de Luanda muito mais do que a ignorância, a inercia e o silêncio que os caraterizam. Esta terra dos heróis com os TESTÍCULOS fora do lugar, está prestes a ser mais uma vez desprezado por MPLA e desonrado pelo seu governo.

 

Com tristeza, espantou-me ver que, no programa das comemorações do dia da Independência Nacional divulgado cá na província, o representante máximo do governo a vir ao Cunene, para essa efeméride, seja o senhor Manuel José Nunes Júnior, Ministro de Estado e do Desenvolvimento Económico e Social. Mais que raio o povo do Cunene fez ao MPLA e ao seu governo? Então se o dia da Independência Nacional é a data mais importante da nossa Nação, aonde irá o presidente JL para não se fazer presente no ato central no Cunene? Tristemente, a ser verdade que JL não virá ao Cunene, ele não terá desculpas a dar-nos como povo do Cunene. Como disse, as nações orgulhosas e patriotas até convidam outros estadistas para se fazerem presente no ato central da data mais importante do seu país. Em Angola, infelizmente, nem o alto magistrado da nação se faz presente. Será que é por ser no Cunene? Ou aonde irá JL nesse dia? E porquê, se assim for, marcar atividades ou deslocações, para outros lugares, na data mais importante da Nação? Ou não é assim tão importante como disse no congresso? Ou será que foi apenas para desacreditar e amarfanhar o arquiteto da Paz em detrimento do Pai da Nação?

 

Se for verdade que o JL não se fará presente no ato central no Cunene, nós os cunenenses deveríamos simplesmente celebrar esse dia nas nossas casas, com nossos parentes e amigos e também não nos fazermos presentes no local do ato central. Os que forem obrigados pelo MPLA a participarem no ato central, devem gritar, no momento do discurso de quem vier, alto e em bom-tom “QUEREMOS O PRESIDENTE, QUEREMOS JL”. Penso que há limites de gozar com a nossa cara e de nos desrespeitar. Se o povo do Cunene não se faz respeitar, ninguém o respeitará jamais. Já são muitos sinais demais que nos levam a pensar e a acreditar que algo premeditado está nos bastidores do MPLA de Luanda. Pena é que virão sempre de Luanda para abocanhar os nossos assados e cozidos, os nossos Odyove e Oifima e, cheios, que nem baleias, voltam para as suas poltronas em Luanda e nós sempre na miséria e na cauda de todas as estatísticas e benesses. Mais do que nunca, é preciso ações que mostrem o nosso descontentamento. E espero, sinceramente, que esses lacaios e bajús do MPLA, no Cunene, uma vez por todas, acordem e reflitam sobre o seu estatuto de verdadeiros e dignos membros do MPLA. Chega dos TOMATES fora do lugar e que venham as eleições autárquicas!