Luanda - O Governo angolano mantém, desde 2016, um acordo para o fornecimento de 17 navios-patrulha para a Marinha de Guerra com o grupo de construção naval Privinvest.

Fonte: JA

O acordo, com um valor de 556,6 milhões de dólares, enquadra-se no projecto de vigilância marinha da costa angolana e a embarcações serão para a patrulha, interceptação e transporte militar. Foi rubricado entre o fabricante naval e a empresa estatal Simportex, afecta ao Ministério da Defesa, tendo sido superiormente autorizado pelo ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, através de um despacho presidencial de 29 de Agosto desse ano.

 


As embarcações serão utilizadas em operações marítimas de “interceptação e de dissuasão, bem como a permanente vigilância costeira e transporte”, pode ler-se no despacho que autoriza o negócio, assinado pelo Presidente José Eduardo dos Santos que considera “vital” para o apetrechamento da Marinha de Guerra.

 


Angola possui ainda, desde Julho de 2016, um outro protocolo de entendimento com o mesmo grupo da Privinvest para a introdução de geração de energia hidrocinética ao longo da próxima década.

 


O referido memorando resulta do Decreto Presidencial de 3 de Junho de 2016, rubricado no âmbito do Plano de Segurança Energética 2025 de Angola, no qual o país declarou o seu propósito de atingir 9.000 Megawatts de produção de energia até 2025, com destaque para a geração de energia hidrocinética.

 


Angola é um dos países do mundo com maior potencial hídrico por explorar e os seus abundantes cursos de água permitem hoje, com a adopção de tecnologias acessíveis, projectar a electrificação a custos reduzidos e atingir as áreas rurais em toda sua extensão. O Grupo Privinvest está relacionado com o escândalo do endividamento de Moçambique, no conhecido caso das dívidas ocultas, que fizeram com que o o ex-ministro das Finanças, Manuel Chang, esteja detido na África do Sul.

 


Nos últimos dias, a agência EXXAfrica lançou um alerta sobre eventuais repercussões negativas para Angola pelas conexões com o grupo Privinvest, numa altura em que o país está perante novos desafios para a recuperação económica, melhoria do ambiente de negócios e reputação na campanha contra a corrupção que está a ser encabeçada pelo Presidente João Lourenço. A agência não cita, contudo, quaisquer indícios de ilicitudes nos contratos entre o governo angolano e o grupo Privinvest, ficando-se apenas pelo alerta.