Nova Iorque - A primeira-dama de Angola defendeu, numa reunião de alto-nível, em Nova Iorque, que um "sério investimento dos países em educação inclusiva e de qualidade" abre caminho para uma "cultura de igualdade de género".

Fonte: Lusa

Ana Dias Lourenço falava na terça-feira, na primeira reunião do grupo Líderes para Igualdade de Género, uma iniciativa da presidente da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas e da Fundação das Nações Unidas para levar o debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres a um nível político internacional.

 

Esta foi a primeira de uma série de reuniões sobre o empoderamento de mulheres, antes de um evento de alto-nível, "Women in Power", a 12 de março, que será seguido por uma outra reunião do grupo Líderes para Igualdade de Género, em junho.

 

A primeira-dama de Angola, citada pela página de informação da Organização das Nações Unidas, ONU News, acredita que se deve apostar em criar "uma cultura de igualdade de género, que desempenha um papel crucial na redução da pobreza e na promoção do crescimento e do desenvolvimento sustentável".

 

Ana Dias Lourenço destacou também que a igualdade de oportunidades entre mulheres e homens é uma prioridade na Agenda Nacional de Angola e que o objetivo deve ser posto em prática em várias áreas de trabalho, como sejam as artes, educação, cultura ou desporto.

 

A primeira-dama angolana apontou que o papel das mulheres deve ser valorizado com ações práticas, mas destacou também algumas manifestações de resistência.

 

"Realço, neste contexto, as práticas que se expressam pela violência, pela indiferença, pelo abandono e pela inferiorização das mulheres e meninas que ainda são muito frequentes e facilmente aceites por motivos alegadamente culturais e religiosos", disse Ana Dias Lourenço.

 

Antiga ministra do planeamento de Angola, Ana Dias Lourenço associou também que onde há mais desigualdades de género existem mais probabilidades de enfrentarem situações de pobreza.

 

A economista apelou que se criassem maneiras e mecanismos de garantir uma educação formal e empregos estáveis para as mulheres, para que possam gerar rendimentos e garantir um futuro melhor para todas as sociedades.

 

Para a primeira-dama, os progressos alcançados na última década em Angola "incluem a aprovação de legislação que visa eliminar várias formas de discriminação entre homens e mulheres, políticas sobre igualdade e equidade de género e sobre o apoio e desenvolvimento das habilidades das mulheres rurais".

 

A iniciativa da presidente da Assembleia-Geral, María Fernanda Espinosa Garcés, que junta mulheres de todo o mundo, pretende dar uma contribuição prática para se atingir a igualdade de género em posições de liderança e na política, demonstrando a capacidade das mulheres em assumir cargos políticos, diplomáticos ou financeiros.