Luanda - Trabalhadores grevistas do Caminho-de-Ferro de Luanda denunciaram o ferimento de pelo menos 12 colegas e a detenção de outros três numa intervenção da polícia para garantir os serviços mínimos da circulação de comboio.

Fonte: Lusa

A informação, avançada à agência Lusa pelo secretário para informação da comissão sindical do CFL, Lourenço Contreiras, dá conta ainda que se encontra no local um elevado número de polícias, das divisões municipais do Cazenga, Sambizanga, Rangel e Cazenga, auxiliados pela brigada canina.

 

Em causa está a retomada dos serviços mínimos, exigidos por lei em situação de greve.

 

Na sexta-feira, o Conselho de Administração do CFL anunciou o início hoje dos serviços mínimos diários, entre as 06:00 e as 18:13, com seis comboios de passageiros suburbanos, operações interrompidas devido à greve e que contavam apenas com duas composições.

 

A nota da empresa dava conta que, no sábado, iria circular um comboio para serviços técnicos para avaliar o estado das linhas e garantir as condições de circulação.

 


Segundo Lourenço Contreiras, desde sábado um elevado número de efetivos da polícia encontra-se no local, tendo os trabalhadores grevistas sido persuadidos a ceder à realização dos serviços mínimos.

 

“Esta manhã, quando nos dirigíamos às instalações, infelizmente, encontrámos o espaço todo vedado pela polícia, com brigada canina e superequipados e impossibilitaram a nossa entrada”, contou Lourenço Contreiras.

 

O sindicalista disse que, face à situação, os trabalhadores grevistas dirigiram-se para a passagem de nível na Estação dos Musseques, mas foram afastados do local pela polícia.

 

“Na medida que vinham ao nosso, encontro vinham usando os porretes, atingiu vários colegas, uma colega foi atingida na cabeça e caiu sobre a linha”, contou o sindicalista.

 

Lourenço Contreiras disse que também foi atingido durante a ação da polícia, encontrando-se ferido.

 

Entretanto, a circulação do comboio efectivou-se, tendo chegado a Viana e já regressado à Estação do Bungo, adiantou o secretário para a informação da comissão sindical, frisando que o serviço foi garantido pelas chefias e alguns trabalhadores não grevistas.

 

“Não sabemos com quem estamos metidos, não se acredita que num país, onde há liberdade sindical, os trabalhadores, por reclamarem um direito, vivam esse terror que estamos a viver”, lamentou.