Luanda - O assassinato de cidadãos chineses em Angola não significa que estes estão a ser alvo especifico de meliantes, mas um reflexo do agravamento da situação económica no país.

*Manuel José
Fonte: VOA

A opinião é de analistas ouvidos pela VOA, que também ontem falou com o investigador "João" Chang e um cidadão chinês que denunciaram que abordaram o assassinato dos seus compatriotas.

Dados da embaixada chinesa em Angola indicam que de Janeiro a Junho deste ano 15 cidadãos chineses foram assassinados em Angola


O sociólogo Luombo Nza afirma que "as causas (da violência) são a falta de emprego o desespero a frustração”, enquanto João Sassando, também sociólogo, é de opinião que os chineses não são alvos exclusivos.

Sassando fez notar que o comércio a retalho é monopolizado por estrangeiros que se tornam alvo dos meliantes que "entendem que eles possuem dinheiro”.

“Só que se quisermos combater o crime nunca deve ser no sentido de proteger uma classe, deve-se combater o crime de modo geral”, afirmou.

“Se (o combate ao crime) for direccionado pode agudizar ainda mais o desespero do cidadão", acrescentou Sassando para quem o combate ao crime não deve ser visto como só da responsabilidade da polícia.

Para João Sassando “se o Estado cuidasse” das necessidades básicas dos cidadãos “talvez eles não recorressem a estas práticas criminosas”.

O jurista Pedro Caparakata fez notar, por outro lado, que muitos dos crimes cometidos contra cidadãos chineses são cometidos por seus compatriotas, sem apresentar mais dados.