Lisboa – A professora universitária Maria Luísa Perdigão Abrantes apresentou a sua demissão como docente das disciplinas que vinha lecionando na faculdade de direito da Universidade Agostinho Neto (UAN).

Fonte: Club-k.net

“Em virtude da desorganização solicitei a minha demissão de docente”

Por via das redes sócias, Maria Luísa Abrantes justificou o seu pedido de demissão como sendo “em virtude da desorganização da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto e da péssima qualidade dos discentes de licenciatura, solicitei a minha demissão de docente de licenciaturas da referida faculdade”.

 

O pedido segundo documento em posse do Club-K, foi aceite pelo decano André Victor que através de uma comunicação datada de 24 de Março indicou os docentes Helena Prata e Graciano Kalukando para assegurar a partir do dia 1 de Abril, a disciplina que lecionada por Maria Abrantes.

 

Por outro lado, a acadêmica adianta em mensagem publicada no facebook que vai continuar a prestar a sua colaboração “com os centros de formação de doutoramentos, mestrados e pôs graduações da referida faculdades como da Faculdade de direito da Universidade Nova de Lisboa, sempre que for requisitada como tem acontecido desde 2011”.


De recordar que Maria Luísa Perdigão Abrantes regressou a vida acadêmica como docente em 2017, reintegrando-se como Professora Auxiliar em regime de tempo integral para o quadro definitivo da Faculdade de Direito.


Desde que se reformou e retirou de cargos na função pública, Maria Abrantes, dizia em varias entrevistas que depois desta etapa, iria dedicar-se a vida acadêmica. Há alguns anos quando, ainda estava em Washington como representante da extinta ANIP, e lhe propuseram para regressar a Luanda como PCA daquela instituição, a mesma teria inicialmente mostrado ponderação por efeito da agenda pessoal em dedicar-se a advocacia e a docência, que é a atividade que mais lhe agrada.



“Milucha”, conforme também é tratada fez parte do grupo das primeiras mulheres a concluir formação universitária pela Universidade Agostinho Neto, logo após a Independência nacional. Seguidamente foi sondada para integrar o quadro de docentes ensinando direito econômico. Carlos Maria Feijó, um dos mais categorizados jurista do regime, passou pelas suas mãos como aluno.


Segundo registros, a mesma detém um mestrado em Ciências Económico-Jurídicas pela portuguesa Universidade clássica e um Doutoramento em Direito Económico e Financeiro pela Universidade lusíada de Lisboa. É igualmente pós-graduada nos seguintes cursos a saber: Direito Económico Internacional na Universidade de São Paulo (Brasil), Negócios Internacionais e em Finanças na Universidade de Georgetown (EUA), e Liderança na Gestão de Negócios, Universidade de Harvard (EUA). É autora de varias obras dentre as quais “As Privatizações do Sector Empresarial do Estado em Angola”.