Luanda - Kundi Paihama, dirigente histórico do MPLA, faleceu na madrugada desta sexta-feira conforme anuncio de fontes familiares. Entretanto, o seu partido levou tempo para fazer sair um comunicado. Ou seja, somente por volta das 19h22, é que responsáveis do Secretariado para informação do MPLA, distribuíram a mensagem de condolências pelo seu falecimento.

Fonte: Club-k.net

MPLA levou 19 horas para reagir ao falecimento  do seu dirigente 

A demora com que o MPLA levou para fazer sair o comunicado a expressar condolências pelo o falecimento do seu dirigente histórico Kundi Paihama, está a ser atribuído a uma alegada “ordem superior”.

 

Segundo apurou o Club-K, o actual secretário para informação do Bureau Político do MPLA, Albino Ramos Carlos “Bino” está proibido de fazer sair comunicados sem previa “orientação superior”.

 

As restrições do MPLA sobre o seu porta-voz surgiu depois do incidente da III.ª reunião ordinária do Comité Central do MPLA realizada em Março passado, em que se criou um “constrangimento” levando com o líder do partido João Manuel Gonçalves Lourenço, lhe passasse um virtual “cartão amarelo”.

 

O “constrangimento” foi devido a um comunicado de imprensa que Albino Ramos Carlos “Bino” escreveu, mas que os seus colegas reclamavam haver incongruências no seu conteúdo  que não correspondiam taxativamente a posições defendida na reunião. Como solução, o Presidente criou rapidamente uma “comissão” constituída por Roberto Victor de Almeida, Carolina Cerqueira e Marcy Lopes que reparou as incongruências do comunicado final da reunião, que neste dia consumiu cerca de uma hora.

 

Desde então o porta-voz do MPLA, deixou de ter autonomia em matérias de emissão de comunicados, sem previa consultas, razão do atraso da saída da mensagem de condolências pelo falecimento do general Kundi Paihama.

Exemplo do ANC e UNITA

Esta semana, por exemplo, o ANC na África do Sul perdeu duas figuras importantes da sua luta (Zindzi Mandela e Andre Mlangeni) contra o regime do apartheid, e foi o próprio partido a destacar-se no anuncio da morte e na respectiva mensagem de pesar.

 

No caso, da morte de Kundi Paihama, em Angola, deveria ser o MPLA o primeiro a reagir a perca do seu dirigente. O partido rival, a UNITA, na voz do seu líder Adalberto Costa Júnior reagiu por volta das 12h, pelas antenas da rádio MFM. Horas depois, no período da tarde desta sexta-feira, o secretariado para informação dos “maninhos” fez sair um vídeo em que o seu responsável Adriano Marcial Dachala leu uma mensagem de condolências a família enlutada e considerou Kundi Paihama como um adversário que não foi fácil para a UNITA.

 

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