Luanda - Uma família angolana que se preparava para  enterrar neste sábado (25) o seu entequerido, reclama que a morgue do Hospital Américo Boavida (HAB) deu-lhes um cadáver errado que corresponde ao de  uma outra pessoa, neste caso, um jovem que em vida se chamou, Ricardo Lima Viegas “Chicão”. A família de “Chicão” estava convencida que o tivesse  enterrado na sexta-feira, pelo que terá de fazer um novo funeral.

Fonte: Club-k.net

"O nosso filho sucumbiu a uma convulsão epiléptica"

Formado em economia pela Universidade de Lisboa, Ricardo Viegas, fazia parte da equipa do programa de restruturação. É o jovem que foi misteriosamente encontrado morto em Luanda, e que cuja morte gerou controversa por as autoridades terem se recusado realizar autopsias  como manda a lei, em Angola.

 

A triste historia começou quando na passada segunda-feira, membros da família Lima Viegas, em Luanda, que deram por falta de Ricardo que estava incontactavel e decidiram ir ao seu apartamento no edifício “Torre Elysée”. Como o apartamento estava fechado, os familiares recorreram a um dos porteiros que por sua vez arrombou a porta de entrada. Ao entraram, encontraram o corpo – sem vida - de Ricardo Lima Viegas estendido no chão.

 

“Gostaríamos de esclarecer que o nosso filho sucumbiu a uma convulsão epiléptica, situação clínica de que padecia desde há vários anos como incidência de um tumor cerebral, não existindo qualquer outro diagnóstico verídico”, lê-se numa nota de esclarecimento dos pais do malogrado Ricardo Viegas.


No dia do enterro, as autoridades entregaram o corpo de Ricardo forrado, num saco próprio, sem possibilidade de se poder abrir devido as medidas de saneamento impostas face ao período da pandemia do Covid-19.

 

Nascido aos 30 de Novembro de 1977, Ricardo Lima Viegas é filho de um veterano da Sonangol, Domingos de Lima Viegas que no período de 1991 a 1998 foi membro do Conselho de Administração da petrolífera estatal. A data da morte de Ricardo, os seus país encontravam-se em Portugal pelo que a família, em Luanda, teve de aguardar pela chegada dos mesmos, para o funeral marcado para sexta-feira, pelas 15h, no jazigo familiar, no cemitério Alto das Cruzes.

 

“Infelizmente, a família Lima Viegas, foi confrontada esta manhã com a triste e inacreditável notícia da troca de corpo do seu filho Ricardo, na Morgue. Não bastava o sofrimento da perda do nosso filho, para sermos agora expostos à dolorosa situação de saber que o nosso filho ainda não se encontra sepultado”, lê-se numa comunicação do casal Domingos Viegas Lima e Inocência Matos Lima, que o Club-K teve acesso.

 

Conforme retratado, a descoberta sobre a troca de cadáveres foi detectada quando uma família em Luanda, exigiu ver o corpo do seu ente querido antes de enterrar e um dos presentes alertou que o corpo que lhes estava a ser entregue correspondia a de um rapaz que estava a ser amplamente divulgado nas redes sócias, que atende pelo nome de Ricardo Lima.

 

O cadáver de Ricardo Viegas que a família julgava ter enterrado na sexta-feira, encontra-se na morgue do Hospital Américo Boavida, como confirmam os seus país que exigem responsabilidades. “Neste momento, a família desenvolve as diligências necessárias a apurar responsabilidades pelo sucedido e confirma que o Ricardo está neste preciso momento a ser sepultado e efectivamente sepultado e será trazida missa pela sua alma na nossa residência, às 18.30h”.