Lisboa – O seu nome apareceu numa lista actualizada das autoridades britânicas divulgada no passado dia 11, contendo nome de oficiais das forças armadas da Guiné-Bissau sancionados pela União Europeia, por alegada implicação no golpe de estado de Abril de 2012, nesse país africano. Mas conforme consultas, Tcham Na Man, que tornou-se temido por ter esquartejado o falecido Presidente da República, João Bernardo Vieira, até a morte, nunca será pego nem julgado por ninguém, porque há 5 meses Deus encarregou-se de retira-lo do mundo dos vivos.

Fonte: Club-k.net

Uma vida de 'golpes de Estado'

Nascido em Fevereiro de 1953, Tcham Na Man foi um conhecido militar que sobreviveu às purgas do falecido Presidente Nino Vieira no exército guineense em meados da década de 80, na qual foi preso, e cruelmente torturado ao ponto de lhe fraturarem um dos braços. Nessa mesma década seguiu para a extinta União Soviética, onde se formou em médicina.


Segundo fontes do Club-K, o coronel Tcham Na Man nunca perdoou, “Nino” Vieira pela tortura a que foi sujeito no passado, por isso mesmo, em Março de 2009, não teve dificuldades em se juntar a um grupo de militares do Batalhão de Mansoa, liderado por António Indjai, que invadiu a residência do então Presidente da República, em vingança a morte de general Tagme Na Waie, que dias antes, fora alvo de explosão a bomba no quartel general do exercito guineense.


Na altura com a patente de major, o também médico Tcham Na Man, foi apontado como o elemento que durante o ataque a residência de “Nino” recorreu a uma catana para esquartejar o cadáver do antigo Presidente, tal como o fizeram na década de 80.


Um médico legista que participou na autópsia do corpo de "Nino" Vieira, afirmou na altura, à AFP, que o chefe de Estado foi brutalmente espancado antes de ser morto a tiro.


"Nino Vieira foi morto com vários tiros no tórax e na face e o seu corpo teve marcas de golpes violentos. Ele foi brutalmente espancado antes de ser atingido por inúmeras balas", declarou o médico.


O Coronel Tcham Na Man e os seus cúmplices nunca foram responsabilizados pelo assassinato de Nino Vieira. Pelo contrario, foi promovido a coronel e nomeado director do hospital militar das forças armadas da Guiné-Bissau. Tornou-se, numa figura popular e temido. Em Março de 2010, foi identificado como um dos responsáveis pelo regresso do então comandante da marinha, Bubo Na Tchuto, até então exilado na Gâmbia.


Em Abril de 2012, voltou a integrar, um autodenominado "Comando Militar" que tomou o poder, destituindo o presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.

Há cerca de cinco foi evacuado para Dakar, Senegal, onde viria a falecer na sequencia de uma insuficiência renal. Fontes que acompanharam o seu quadro, disseram ao Club-K, que na ultima fase da sua vida já não caminhava, devido aos níveis altíssimos de diabetes que estavam descontroladas.


Quando a lista das sanções foi constituída, o Jornal Oficial da União Europeia referia que todos pertenciam ao comando militar que assumiu responsabilidade pelo golpe de Estado de 12 de abril, referindo que Júlio Nhate, ex- chefe da divisão dos Recursos Humanos das Forças Armadas da Guiné- Bissau, "conduziu a operação militar que apoiou o referido golpe. Tchan Na Man foi um elemento ativo neste acto de subversão, sob as ordens de António Injai, tendo também participado, em nome do comando militar, em reuniões com partidos políticos. Já o antigo financeiro do exercito Lassana Camará foi o "responsável pelo uso indevido de fundos públicos pertencentes às alfândegas que foram utilizados para financiar o comando militar.


Além das sanções sobre indivíduos da Guiné-Bissau, o Reino Unido publicou também regulamentos com sanções relativas à Birmânia, Irão, ISIL, Venezuela, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Coréia do Norte.


O regime de sanções, "visa incentivar o abandono de ações que comprometam a paz, a segurança ou a estabilidade da República da Guiné-Bissau" e refere que, quando estes regulamentos entrarem em vigor, substituirão, com o mesmo efeito, a legislação da UE.


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