Luanda - A Lista A concorrente às eleições na Federação Angolana de Andebol (FAAND) prepara uma campanha de descrédito da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) por esta não ceder aos seus caprichos como inicialmente pretendia. A informação nos foi dada por uma fonte próxima do candidato a presidente por aquela “chapa”, José Venâncio.

Fonte: Club-k.net

Segundo a nossa fonte, o vice-presidente da FAAND nos últimos quatro anos – presidente em exercício desde Janeiro, ao que tudo indica por conveniência eleitoral –, assim como os seus pares parecem apostados em chegar à vitória eleitoral sem adversário pelo caminho. A forma como tem abordado todo o processo desde o início indicia isso mesmo, visto que se “entretém” mais a procurar eventuais irregularidades que possam resultar no afastamento da Lista B do que propriamente a convencer o eleitorado. Está claro que há pretensão de bloquear o processo.


No dia 29 de Setembro, quando foram abertas os processos diante dos mandatários e dos candidatos a presidentes, a Lista A alegou que os documentos da B apresentavam inconformidades. Só que, após rigoroso “pente fino” ao processo completo, concluiu-se que José Venâncio e pares afinal também tinham telhados de vidro... Ou seja, também tinham inconformidades, embora argumentassem que eram em número menor que o concorrente. Como se fosse relevante!


Assim, de acordo com o calendário eleitoral arroladas as inconformidades, cumpriram-se seis dias para a conformação da documentação. Ainda no dia 29 de Setembro foi produzida uma acta sobre a necessidade de ambas as candidaturas completarem os respectivos processos. Mas antes de expirar este prazo já a Lista A apresentava um pedido de impugnação, algo que aconteceu no dia 3 do mês em curso, agindo claramente de modo a obliterar o curso normal dos acontecimentos. Os representantes da “situação” queixaram-se de um assunto que já havia sido “arrumado” com a acta da reunião do penúltimo dia do mês passado, assinada também pelo mandatário da Lista reclamante. Tratava-se do tema da inconformidade que era transversal às duas Listas. O que quer dizer que se este fosse motivo bastante para inelegibilidade, ambas as candidaturas estariam fora da corrida a um dos apetecidos “cadeirões” do desporto angolano.


No mesmo pedido de impugnação argumentaram, por outro lado, que a Lista B incorrera em infracção por haver incluído no elenco alguém que foi a votos numa outra federação. Além disso, queriam a desqualificação do adversário por supostamente haver feito campanha eleitoral antes de 6 de Outubro, data agendada para o início das “hostilidades”. Mais: tudo fizeram para que, em razão dessas queixas, o início da campanha eleitoral fosse adiado. Mas debalde. A Comissão Eleitoral não foi na “cantiga” e manteve o que já havia sufragado na reunião de 29 de Setembro e lavrado na respectiva acta, rubricada pelo mandatário da agora reclamante. Por isso, o processo seguiu o seu curso como foi decidido em Assembleia-geral.


A obsessão da Lista A pela desqualificação da B é tanta que uma das partes do seu “entretenimento” é consultar advogados para encontrar um “furo” que pode ser explorado até à queda, por via administrativa, de José Amaral Júnior “Maninho”. A “paranoia” é tanta que pretendem saber, por exemplo, se o facto de os elementos da Lista B chegarem a Benguela na véspera do início da campanha não configura violação. Aos advogados também indagam se o facto de terem “visto” (parece que em sonhos!) o adversário jantar com elementos da população votante antes do início da campanha eleitoral não é “crime contra a humanidade”!


Por verem todas as suas tentativas de impugnação deitadas por terra pela Lei e nada mais do que a Lei, José Venâncio & Cia. estão inconformados e preparam um ataque sem precedentes à Comissão Eleitoral presidida por José Cardoso, funcionário sénior do 1.º de Agosto, emblema integrante da população votante – portanto, parte interessada. E a “Operação Sujeira” iniciará com o recurso que segunda-feira, 12, a Lista A deverá dar entrada na Direcção Nacional do Desporto e uma providência cautelar no Tribunal Provincial de Luanda para reclamar de um pretenso “erro de julgamento” da Comissão Eleitoral, na qual outros membros são o reputado jurista Ngouabi Salvador e a honrada empresária Fernanda Teixeira, para quem os “canhões” do “Zeca” se aprestam a virar para... disparar!


O que agora acontece no pleito eleitoral do andebol não estranha a quem está atento. Desde logo, porque a tentativa de levar as eleições para o próximo ano vem de há muito tempo. Primeiro, a “Situação”, personificada na chamada “Lista de Continuidade”, evocou o adiamento dos Jogos Olímpicos para postergar o processo. Depois, a coberto de uma decisão do COA e de federações representadas por dirigentes com mandatos expirados, drapejaram a bandeira do “bem vida”, chegando mesmo a dizer que só podia acontecer eleições quando a pandemia da Covid’19 terminasse. O mesmo que dizer ad-eterno, visto que a OMS já declarou não saber quando a situação estará sob controlo.
Portanto, está-se mesmo a ver... é arrivismo puro e duro!